quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Eni Voltolini pretende aliar poder público e iniciativa privada no desenvolvimento econômico de Joinville

O novo secretário do Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda, o ex-deputado federal Eni Voltolini (PP), assumirá o cargo com a missão de uma solução para angustias da economia joinvilense. A burocracia no serviço público que afasta novos empreendimentos, incremento ao programa Primeiro Emprego, otimização das estruturas já existentes para a capacitação de mão de obra e uma resolução definitiva para a espinhosa Taxa de Licença de Localização (TLL), são algumas das metas do secretário. Porém, Voltolini se mostra cauteloso e disse que essas prioridades necessitam ainda uma conversa com o prefeito eleito Carlito Merss. “Nós precisamos conversar sobre o perfil que se pretende dar a Secretaria e trocar idéias da dinâmica da Secretaria, isso ainda vai acontecer. Será em consenso com o prefeito.”

Atenção especial a indigesta TLL

De acordo com Eni, a idéia preliminar é de que a Secretaria tenha a função de provocar e promover um intercambio entre o poder público e a iniciativa privada. “Essa é uma missão importantíssima. Por exemplo, a TLL vai ter que merecer uma definição do poder público, ela vem sendo questionada há muito tempo, e nós já falamos que ela não deveria ser cobrada dessa forma.”, explicou.

Guerra a burocracia desnecessária

Voltolini entende também que a burocracia exagerada não deva ter mais espaço no serviço público. Para ele, esse tipo de entrave ao desenvolvimento afasta a vinda de empresários de outros pólos econômicos que tenham a intenção de instalar filiais na cidade. “Tem aspectos da burocracia pública que devem ser reduzida para poder facilitar tramites necessários para a instalação de empreendimentos.”, alegou o secretário. Entretanto, ele afirma que os empresários joinvilenses merecem atenção idêntica. “Isso não somente para as empresas que vem de fora, mas, para empresas nossas, locais e regionais.”, alerta. Tornar disponíveis informações essenciais para quem desejar iniciar um novo empreendimento na cidade também são de fundamental importância para Voltolini. “Eu não me refiro conceder apenas facilitadores, mas também, informações básicas que o empreendedor precisa para poder definir onde ele instala seu empreendimento.”

Atenção ao jovem

O secretário Eni Voltolini se diz também atento ao tema que envolve os jovens, é o programa ‘Primeiro Emprego”, um projeto de lei elaborado por ele quando exercia o mandato de deputado federal. “Esse projeto somando a idéias de outros parlamentares se transformou em uma legislação nacional através do presidente Lula. Eu quero discutir com o meio empreendedor de Joinville, como nós podemos programar melhor isso na cidade. Como nós poderemos oferecer de fato a um grande número de jovens essa primeira oportunidade de trabalho.” Disse.

Qualificação profissional

Detectar o perfil da qualificação profissional nesse momento econômico, também é uma das questões que Voltolini pretende avaliar.” Precisamos desse estudo para podermos dirigir nossos esforços e sermos um facilitador nesse momento. São algumas poucas idéias e que certamente deverão fazer parte do dia-a-dia dessa Secretaria.”, informou. Em relação a como concretizar a qualificação profissional, Eni aponta uma solução. “Para isso, nós não precisamos construir novas edificações se já possuímos estruturas disponíveis. Podemos promover entendimentos entre o poder público e as instituições privadas que ofereçam esse tipo de qualificação.” Para o secretário, as ações que envolvam os jovens, refletirão também no bem estar do cidadão. “Eu não consigo entender o desenvolvimento econômico dissociado do desenvolvimento social, as duas tem que caminhar juntas. Temos que proporcionar que as famílias joinvilenses tenham a oportunidade de se inserir na vida da cidade de uma maneira adequada.” Finalizou.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

MPF-SC move ação contra oligopólio da RBS

O Ministério Público Federal em Santa Catarina (MPF-SC) apresentou no dia 10/12 à Justiça Federal uma ação civil pública para anular a compra do jornal A Notícia, de Joinville (SC), realizada em 2006 pelo Grupo RBS. A compra do periódico, na verdade, foi o fator motivador do processo 2008.72.00.014043-5, que tem por objetivo “combater o oligopólio do Grupo RBS nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Cantarina”, conforme explica o procurador da República do município de Tubarão (SC) e coordenador do inquérito, Celso Tres.

No processo, são requeridas a implantação de uma programação local, a diminuição do número de emissoras da empresa no RS e em SC e a anulação da compra de A Notícia. “Isso é um escândalo, porque em Santa Catarina não existe nenhum jornal de expressão que não pertença ao Grupo RBS”, afirma o procurador.

A ação foi proposta contra nove empresas de comunicação, a União, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e os empresários Nelson Sirotsky e Moacir Tomazi. O Cade é réu por permitir que o grupo RBS comprasse o jornal A Notícia; a União por causa do Ministério das Comunicações (MC), que concedeu ao Grupo a aquisição de várias mídias em nome de pessoas da mesma família. “É incrível a conivência do poder público, por meio do Ministério das Comunicações. Ele tinha que fazer valer a limitação de apenas duas emissoras por estado”, afirma Tres.

Apesar dos veículos de comunicação do Grupo RBS estarem em nome de pessoas diferentes, o procurador afirma que elas pertencem à mesma família. “Se tem a mesma programação, é do mesmo grupo. Não teria sentido proibir que alguém seja proprietário de mais de dois meios de comunicação e permitir que esse meio de comunicação transmita a mesma programação e tenha a mesma linha editorial. É uma fraude clara ao objetivo da lei, que é o de evitar a concentração”. O MPF-SC consentiu que a RBS e o MC se manifestassem sobre o assunto, mesmo o inquérito não permitindo direito de resposta. “Os dois responderam a mesma coisa, que a lei fala sobre mesma pessoa física e que, no caso do Grupo, isso não ocorre’”, comunica o procurador.

O MPF-SC também requer na ação que a Justiça defina um percentual de 30% de programação local no âmbito do estado e 15% em cada região. “O cidadão tem direito à informação local”, defende.

Impacto

Celso Tres questiona o impacto social do oligopólio do Grupo RBS sobre a comunidade. “No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina são 18 emissoras de televisão, dezenas de estações de rádio e uma dezena de jornais. Um veículo catapulta o outro; isso é muito mais grave do que ter um oligopólio de chocolate, cerveja ou de telefonia celular, porque estamos lidando com a essência do Estado democrático, ou seja, o direito à informação.”

Segundo Tres, “a ação informa ainda a tentativa do Grupo de dizimar a concorrência fazendo uso da prática de dumping. Na Grande Florianópolis eles lançaram o jornal A Hora a R$ 0,25, um valor muito abaixo do custo, para quebrar o concorrente Notícias do Sul.”

A ação levou dois anos para ser finalizada e contou com a participação de quatro promotores de justiça. Segundo Tres, a esperança é que até o final de 2009 haja uma sentença em 1º grau. “Nós vamos ganhar, porque essa é uma ação paradigmática que nunca foi levada à Justiça”, afirma.

Segundo a assessoria de imprensa da RBS, o Grupo não foi comunicado oficialmente sobre o fato. Desta forma, não vai se pronunciar a respeito.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Fenaj pede divulgação de suposta lista de jornalistas da Satiagraha

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) decidiu enviar ofício à Polícia Federal e ao ministro da Justiça, Tarso Genro, pedindo que a lista com os nomes dos jornalistas supostamente envolvidos com investigados da Operação Satiagraha se torne pública.

“Nós decidimos montar um ofício juridicamente sustentável, pedindo acesso a essa lista. Ou as pessoas param de fazer menção a esse caso de forma leviana, porque está respingando em toda uma categoria”, justifica o presidente da Fenaj, Sérgio Murillo.

Há três semanas, a entidade nomeou seu assessor jurídico para estudar medidas judiciais para impedir a divulgação de “denúncias infundadas” sobre a ligação de jornalistas com Daniel Dantas. Murillo informa que a entidade ainda estuda que tipo de medida será tomada.

Além da lista, o presidente da Fenaj pede que as provas sejam apresentadas, para evitar que injustiças sejam cometidas. O ofício será protocolado ainda nesta quinta ou na sexta-feira.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Carro de Darci de Matos se envolve em acidente fatal, e imprensa omite

Acidente entre motocicleta e automóvel tirou
a vida de jovem de 19 anos


Na noite do último dia 9, um acidente envolvendo uma motocicleta e um automóvel tirou a vida da jovem Débora Dircksen Feliciana, 19 anos. Mas além da trágica morte da jovem, o acidente ganhou ares de mistério e deixou dúvidas em relação à identidade dos envolvidos. Os poucos meios de comunicação que noticiaram o desastre estranhamente se limitaram a divulgar apenas o nome das ocupantes da motocicleta, omitindo quem dirigia o carro. Débora havia recém-saído de seu trabalho em uma clínica de estética localizada na rua Otto Boehm, mesma via em que sua vida seria interrompida. Ela deixou a clínica juntamente com sua prima Patrícia Correia, 19 anos. Como sempre fazia, ela foi pilotando a motocicleta em direção a sua residência, no bairro Nova Brasília. Entretanto, a jovem Débora não chegaria ao seu destino.

O acidente

De acordo com o boletim de ocorrência lavrado na Delegacia de Trânsito, a colisão aconteceu por volta das 20h40, no cruzamento entre as ruas Otto Boehm e Carlos Gruensch, no centro da cidade. A Pick-up Mitsubishi L200, placas MDQ 9160, de propriedade do deputado estadual Darci de Matos (DEM), e supostamente conduzida por Eduardo Gayoso Neves Pedreira de Cerqueira, invadiu a preferencial causando o acidente fatal. A jovem trafegava no sentido centro-bairro e não conseguiu desviar sua moto Honda Bis, placa MGN 7481, e colidiu violentamente na lateral do veículo. Débora, depois de permanecer internada 3 dias em estado grave no hospital Dona Helena, morreu nos primeiros minutos de sexta-feira, dia 12. Sua prima Patrícia teve apenas ferimentos leves.

Quem era o motorista?

O mistério nesse acidente reside em saber quem dirigia o carro do deputado Darci de Matos naquele momento. No boletim de ocorrência, testemunhas relataram à polícia que não era Eduardo Gayoso Neves o condutor do veículo no momento, porém, também não souberam informar quem era o motorista do veículo. Extremamente abalado com a morte da filha, o torneiro mecânico Antonio Feliciana, 44 anos, informou que ouviu outra versão de populares. “Me disseram que era a namorada do rapaz quem estava dirigindo o carro”, revelou. O delegado responsável pelo caso, Laurito Akira Sato, irá instaurar um inquérito para apurar os fatos e nos próximos dias deverá ouvir todos os envolvidos. “Nós vamos procurar saber quem dirigia o veículo na hora do acidente.” finalizou Akira.

Na tarde de quarta-feira, dia 17, através de nota oficial, o deputado Darci de Matos lamentou profundamenteo acidente. Ele admitiu ser o proprietário do automóvel envolvido na morte de Débora, mas negou que algum familiar seu estivesse dirigindo o veículo, porém não informou o nome do condutor.

O quarto vazio

Dois dias depois de sepultar Débora e tomado pela dor, o pai da jovem disse que a casa onde mora ficou grande demais para ele e para a esposa. Para tentar afugentar a triste lembrança que ficou do trágico acidente, Antonio pretende deixar o bairro onde mora “Vou arrumar outro canto pra morar. Eu não agüento ver o quarto dela vazio. É muito triste”, lamentou.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Chuvas causam novos alagamentos

As chuvas voltaram a preocupar Santa Catarina nessa terça-feira, dia 16. Em Joinville algumas ruas do centro da cidade amanheceram alagadas. Os ônibus tiveram dificuldades em trafegar e não conseguiram chegar ao terminal urbano. Novos deslizamentos também foram registrados em Florianópolis, Palhoça e Joinville. Já há registros de desabrigados no Estado. Em Itajaí, pontos atingidos pelas últimas cheias, tornaram a alagar e famílias tiveram que abandonar suas casas. A Defesa Civil que já esteve verificando os locais atingidos durante a madrugada, disponibilizou lonas aos desalojados e permanece em alerta.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Sai os nomes de dois secretários de Carlito

Dois nomes que irão compor o secretariado do prefeito Carlito Merss já foram oficialmente divulgados. O procurador da Fazenda Nacional em Joinville, Marcio Florêncio, ocupará a Secretaria da Fazenda. Já a Secretária da Saúde, gestora de uma das áreas mais delicadas, ficará com o médico pediatra Tarcísio Crocomo. Eduardo Dalbosco, cotado inicialmente para a comunicação social da prefeitura, deverá ficar com a Secretaria de Planejamento.

Comentário infeliz de Leo Saballa

Sem profundidade e faltando a devida reflexão foi a explanação de dois assuntos abordados pelo apresentador Leo Saballa, no programa Contra Ponto, exibido na emissora Brasil Esperança, no último domingo, dia 14. Leo Saballa, em determinado momento do programa, aferiu importância zero ao Exército Brasileiro, alegando que o mesmo não tinha função alguma no Brasil, país que, classificou como “pobre e miserável”. O apresentador em uma reflexão tão profunda como uma lamina d’água, também destilou o que pareceu um rancor recolhido ao governo federal. Segundo seu entendimento, a atuação da União foi fraca em relação ao atendimento dos atingidos pelas cheias que assolaram o Estado. Para ele, o governo deveria ter bancado sozinho o envio de alimentos, medicamentos e outras necessidades que os flagelados catarinenses necessitassem.

Motivos para a existência do Exército

É difícil imaginar o Brasil a mercê de paises fronteiriços que por algum motivo resolvam invadi-lo. Creio, que o estimado apresentador não gostaria de ver sua casa tomada por argentinos enfurecidos. Garantir a soberania nacional, a lei, a ordem e os poderes constitucionais, são apenas alguns entre tantos motivos que justificam a existência do Exército Brasileiro. Isso, sem contar sua presença em outras situações onde essa força armada se faz necessária, como por exemplo, a tragédia que ocorreu em nosso Estado. Não lembro de ter visto o Leo Saballa atolado na lama para auxiliar pessoas que estavam a dias sem comer em locais isolados.

Desdenhado a solidariedade

Quanto a ajuda dos brasileiros aos desabrigados das cheias em Santa Catarina, é bom lembrar que quando o furacão Katrina devastou os estados do Mississipi, Louisiana e Nova Orleans, nos EUA, a Cruz Vermelha arrecadou doações de todas as partes do mundo, inclusive com ajuda em dinheiro para hospitais. Mas, para Leo Saballa, o Brasil não pode se utilizar de um expediente comum em situações de catástrofes naturais. O apresentador também não lembrou a ajuda federal de R$ 1 bilhão destinada ao Estado e amplamente divulgada pela imprensa.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Joinville ganhará a 4ª Vara Criminal

O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Francisco Oliveira Filho, dá continuidade na próxima terça-feira, dia 16, ao cronograma de instalação de varas pelo Estado. Às 10 horas, será a vez da Vara da Família, Infância e Juventude da Comarca de Jaraguá do Sul. A solenidade contará com a presença do diretor do Foro, juiz Márcio Renê Rocha, que também será o titular da nova unidade, além de magistrados e servidores. A vara contará com uma equipe de cinco técnicos judiciários. A Comarca de Jaraguá do Sul é de entrância final e abrange também o município de Corupá. Atualmente cerca de 34 mil processos tramitam nessa unidade jurisdicional.

No período vespertino, às 16 horas, Oliveira Filho comandará a cerimônia de instalação da 4ª Vara Criminal da Comarca de Joinville, juntamente com o diretor do Foro, juiz Yhon Tostes e o juiz instalador, Gustavo Schwingel. Incumbida do andamento de cerca de 3.200 processos, cinco técnicos judiciários atuarão na nova unidade. A Comarca de Joinville é de entrância especial e possui cerca de 203 mil processos em andamento. Com essas duas instalações, sobe para dez o número de novas unidades instaladas nesta gestão em todo o Estado. Até fevereiro, serão mais quatro, nas Comarcas de Lages, Itajaí, Videira e da Capital.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Vídeo que mostra cadáver de ex-marido de atriz gera polêmica

“Cuidado: cenas fortes”. É dessa maneira que o site do jornal O Dia avisa sobre o conteúdo de um vídeo publicado nesta sexta-feira (12/12) sobre o ex-marido da atriz Suzana Vieira, Marcelo Silva, morto na quinta-feira, no estacionamento de um flat na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Nas imagens, cenas do corpo vestido apenas com uma cueca, com uma mancha de sangue perto da cabeça. Para o professor de direito da FMU Edson Knippel, o jornal pode ser alvo de processos judiciais.

“Essas imagens ferem o direito a intimidade, privacidade e dignidade da pessoa humana. No meu ver, a família do morto pode mover uma ação por danos morais. Houve um abuso da imprensa”, avalia.

"O vídeo tem relevância jornalística"

Esse não é o entendimento do editor-executivo do O Dia, Henrique Freitas. Segundo ele, independente do conteúdo do vídeo, o jornal tem sempre que estar preparado para receber processos, já que isso depende do entendimento de terceiros e não apenas da correção do jornal.

Freitas conta que as imagens não foram feitas por profissionais do jornal e defende a sua veiculação. Ele afirma que a imagem é de interesse público, já que o assunto foi tratado por toda a grande imprensa. Diz ainda que três emissoras de TV e um site de internet requisitaram as imagens ao O Dia, o que demonstra a relevância jornalística.

“É uma imagem relevante, não está simplesmente jogada ali. Se não fosse dessa forma, ela não seria publicada e nós não seríamos procurados por outros veículos de imprensa”, sustenta.

O secretário-geral da Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro (Arfoc), Alcyr Cavalcanti, não partilha da visão de Freitas. Em sua opinião, o vídeo é desnecessário e não contribui com informações de interesse público. Porém, afirma que a decisão de publicar ou não cabe ao editor do veículo.

“A mídia, em geral, trabalha com o espetacular. Então, esses critérios de mostrar ou não ficam a cargo de cada jornal. São limites que não são e não podem ser impostos. Nós lutamos pela não interferência na liberdade de informação, mas eu não sei até onde vai a utilidade de se mostrar isso”, comenta.

"A morte faz parte do mundo privado"

A exposição do vídeo com o cadáver também foi alvo de críticas do professor livre-docente aposentado da USP Manuel Carlos Chaparro. Ele defende o direito de livre expressão, mas argumenta que o uso da imagem pode causar danos a outros. “É o problema dos efeitos, da maneira como se usa a liberdade de expressão”, diz.

Chaparro explica que a morte, culturalmente, faz parte do mundo privado das pessoas e das famílias e a veiculação de imagens como as publicadas no site do O Dia podem representar uma invasão de privacidade.

“Para explorar uma emoção coletiva, que é o interesse pelo mórbido, é preciso que se tenha um ganho social que se justifique. Nesse caso eu acho que não há”, afirma.

VEJA O VÍDEO



Fonte: Comunique-se

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Cenas do filme NATUREZA SELVAGEM

E lá se vão dois tucanos

Ele quis homenagear Tebaldi

Em sua breve passagem pela Câmara de Vereadores de Joinville, o vereador Toninho Lennert, polemizou ao querer em julho de 2007, imortalizar o nome do prefeito Marco Antonio Tebaldi. Ele apresentou um projeto na Câmara com a intenção de batizar a Arena Joinville com a denominação do alcaide.

Abandonando o ninho 1

Passado 1 ano e meio da “brilhante” idéia, Toninho pula do ninho tucano afirmando ter sido deixado de lado pelo prefeito, o qual, pretendia homenagear. Na época, outros vereadores gostaram da idéia e também assinaram o projeto de Lennert. Talvez, sejam os mesmos que o “chateado” Toninho queira levar consigo para o PSC, o novo partido do ex-tucano.

Abandonando o ninho 2

Toninho é o segundo a abandonar os tucanos, o primeiro foi Antonio Valdir Riva, presidente da Agência Municipal de Água e Esgoto (Amae). Depois de quase dois anos no cargo, só agora, faltando poucos dias para o termino do mandato do prefeito que o indicou, ele resolve bater asas para longe do PSDB. Antonio Riva alega que não “fica bem” presidir uma agência reguladora sendo filiado a um partido político.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Prédios de luxo serão construídos sobre antigo cemitério católico

Até a década de 30, área aos fundos de escola funcionava como cemitério de colonizadores


A construção de edificações em cima de antigos cemitérios já foi tema de inúmeras histórias e filmes envolvendo fenômenos sobrenaturais. Portas que se fecham sozinhas, aparições sinistras, objetos que se movem e vozes estranhas são alguns dos ingredientes utilizados nesses suspenses que têm como foco principal casas construídas em cima do que as culturas ocidentais passaram a considerar como “campo santo”. São inúmeros os filmes que retratam a situação, como os clássicos “O Iluminado” e “Poltergeist”, que segundo os diretores foram baseados em fatos reais. Mas, os que não se impressionam facilmente poderão contar com um luxuoso condomínio que será construído sobre o que já foi um cemitério católico aqui em Joinville.

Escravos e luso-brasileiros foram sepultados no local

O local fica no final da travessa São José, uma lateral da rua Ministro Calógeras. O solo sagrado que começou a abrigar os corpos foi construído em 1870 e desativado na década de 30 do século passado. Parte dos restos mortais foi transferida para um ossuário do atual cemitério municipal. A necrópole católica recebia os cadáveres de imigrantes luso-brasileiros mas também acolheu corpos dos escravos vindos com eles, e não puderam ser aproveitados devido a um dispositivo governamental que proibia a posse desse tipo de mão-de-obra. Muitos escravos falecidos e enterrados ali eram de crianças com poucos anos de vida.

As irmãs Margot Hagemann Lepper, 80 anos e Jutta Hagemann da Cunha, 82, relatam que seu bisavô, o açougueiro Johann Bernard Fernand Hagemann e sua esposa Elisabeth Hagemann foram sepultados no local onde será construído o luxuoso edifício. O corpo gélido de Johann baixou à sepultura em 1884, e Elisabeth dez anos mais tarde.

Crânios humanos em muros

Margot conta que, quando criança, costumava passear entre as sepulturas do cemitério. Assustada, ela afirma que suas caminhadas por entre as tumbas foram interrompidas depois que, misteriosamente, crânios humanos começaram a exibir seus mórbidos sorrisos em cima dos muros que cercavam o cemitério. “Eles sempre apareciam iluminados por velas durante a noite. Eu olhava e lá estavam eles olhando pra mim.”, relembra a descendente de Johann Hagemann. Questionada sobre a possibilidade de morar em uma construção que tenha seus alicerces sobre possíveis restos mortais, Margot responde categórica. “De jeito nenhum!”

Apartamentos serão vendidos a partir de R$ 600 mil

Em setembro desse ano, a construção do condomínio havia sido embargada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Depois de tomar conhecimento de que o local havia abrigado o cemitério católico, os técnicos do instituto impediram que a obra continuasse. O Iphan exigiu a apresentação de um documento contendo um levantamento sobre a área. De acordo com o procurador federal do órgão, Nelson Lacerda Soares, um documento foi entregue ao Iphan e a obra liberada. Era o sinal verde que faltava para a edificação. Segundo reportagem publicada no jornal A Notícia, o valor mínimo de cada apartamento custará cerca de R$ 600 mil.

O empreendimento é de uma empresa com sede em São Paulo em parceria com uma construtora de Joinville.

O lider do PP na Assembléia, Silvio Dreveck, pede apoio para pequenos e micros empresário de SC

O líder do PP, deputado Silvio Dreveck, encaminhou pedido ao Governo do Estado para que sejam adotadas medidas urgentes de apoio ao micro e pequeno empresário, em função da calamidade climática que atingiu Santa Catarina.

Destacando a “situação de instabilidade e estagnação da economia nos municípios do Vale do Itajaí” , o papel essencial das micro e pequenas empresas na economia catarinense e ainda, que o prejuízo estimado do setor já é superior a R$ 500 milhões.

Silvio, que é também presidente da Comissão de Economia da Assembléia legislativa, pediu que o Governo do Estado adote ações tais como: isenção do ICMS na compra de maquinários importados, liberação de crédito acumulado referente ao ICMS visando a compra de matéria-prima para aquisição de ativo imobilizado; retorno da transferência do crédito do ICMS com a taxa de 17% nos moldes do simples anterior, renegociação das dívidas tributárias, ampliação dos prazos de pagamento e prorrogação de tributos por, no mínimo, 90 dias.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Google Earth: culpa pelos ataques em Mumbai?

Os atentados em Mumbai, Índia, suscitaram novamente polêmica sobre o uso do Google Earth. Um terrorista que foi pego pela polícia disse que seus companheiros usaram o aplicativo para organizar os ataques que aconteceram na semana passada, além de usar celulares e programas complexos de GPS para chegar à cidade pelo mar.

A polícia indiana disse que os terroristas se familiarizaram com as ruas de Mumbai por meio de imagens de satélite. Uma petição entrou na corte de Bombaim para censurar imagens de áreas consideradas chave na Índia, como o Centro de Pesquisa Atômica Bhabha, ao menos até as investigações sobre os ataques acabarem.

Mas não podemos esquecer que a Índia planeja lançar um aplicativo que concorrerá com o Google Earth. O projeto, chamado de Bhuvan, que significa "Terra" em sânscrito, está sendo desenvolvido pela Organização Indiana de Pesquisa Espacial (Indian Space Research Organisation, em inglês), que se situa em Bangalore, o Vale do Silício do país.

O programa será gratuito e usará uma rede de satélite para criar imagens em alta resolução da Índia e depois do mundo inteiro. Para completar, a agência planeja atualizar suas imagens todo ano, o que pode ajudar a acompanhar o ritmo das cidades indianas e talvez assustar um pouquinho o Google.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Campanha na Alemanha mostra bêbados em situações humilhantes

'Bolachas'(circulos de papelão onde são depositados os copos) trazem imagens chocantes de possíveis efeitos de bebedeiras.

Uma campanha na Alemanha usa imagens de bêbados em situações humilhantes impressas em descansos de copos para alertar os jovens sobre os perigos do abuso de álcool.

Impressas em 1,4 milhões de bolachas de chopp, as fotos trazem o "antes" e o "depois" de uma bebedeira.

Na frente, jovens festejam após algumas doses. No verso, cenas realistas ilustram as possíveis conseqüências do excesso.

Uma peça, por exemplo, exibe uma torcida festejando na arquibancada. Atrás, vê-se um torcedor desmaiado, com a camisa de seu time coberta de vômito.

Em outra, um torcedor comemora com amigos de um lado do descanso de copos. Do outro, aparece com o rosto ensangüentado.

Jovens

A campanha visa atingir principalmente adolescentes e jovens entre 14 e 21 anos. Essa parcela da população tem preocupado as autoridades do país devido ao seu envolvimento crescente em crimes violentos por decorrência de bebedeiras.

Segundo estimativas do Ministério da Saúde alemão, o número de jovens internados com intoxicação alcoólica mais que dobrou nos últimos anos.

Dados oficiais apontam que, no último ano, quase 20 mil jovens alcoolizados deram entrada nos hospitais do país. Em 2000, este número era de 9,5 mil.

A parcela de jovens bêbados entre as pessoas envolvidas em crimes violentos também vem crescendo, segundo as autoridades alemãs. Em 2006 era de 38,5%, aumentando para 39,4% no ano passado.

A quantidade de jovens do sexo feminino alcoolizadas que se envolvem em crimes violentos também subiu cerca de 4% nos últimos anos, segundo o Ministério do Interior alemão.

Para atingir este público, uma das peças publicitárias mostra moças festejando de um lado do cartão. Do outro, uma menina amanhece deitada seminua sobre uma mesa de parque cheia de garrafas vazias.

Estrangeiros

Intitulada "Don't drink too much - stay gold" ("não beba demais, fique limpo", em tradução livre), a campanha também está sendo divulgada em cartazes e em páginas da internet.

O uso de palavras em inglês também visa atingir os turistas estrangeiros que visitam o país.

Tours promovidos por agências de turismo em bares de cidades como Berlim e Munique têm provocado críticas, sendo acusados de incentivar o alcoolismo entre os jovens.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Tempo de espera no Besc

Como anda a fiscalização do tempo de espera nas agência bancarias de Joinville? No Besc da rua doutor João Colin, o desrespeito aos usuários ultrapassou a muito tempo o limite do bom senso. Lá, as pessoas chegam a ficar mais de uma hora nas filas, (Sem direito a usar banheiro ou sorver um gole de água) enquanto apenas três caixas atendem a multidão. E o pior, com apenas 30 minutos de agência aberta ao público, o atendimento é desfalcado por um dos caixas que se retira para o almoço. Talvez isso explique porque as senhas de atendimento retiradas naquela agência saem com o horário adulterado, impedindo a comprovação da demora. Com a palavra, o Procon e a lei dos 15 minutos.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Elevadores quebrados do São José cancelam cirurgias

Rogério Giessel – rogeriogiessel@uol.com.br

As mazelas do hospital Municipal São José, em Joinville, parecem se potencializar a uma velocidade impressionante. Hoje, dia 4, foi a vez das cirurgias serem canceladas devido a ausência de manutenção nos elevadores. Funcionários afirmam que somente intervenções cirúrgicas de extrema urgência estão sendo realizadas, e mesmo assim, o paciente é carregado sacolejando em uma maca pelas escadarias do hospital até o centro cirúrgico, que fica no quarto andar.

Avaria previsível

A situação poderia ter sido evitada, já que dos dois elevadores, um já não funcionava há muito tempo, fator que sobrecarregou o único elevador em atividade. Para piorar ainda mais o cenário de guerra, o principal autoclave, equipamento que serve para a esterilização dos instrumentos cirúrgicos, também não funcionava na manhã dessa quinta-feira.

Novos atos ilícitos de Tebaldi

Rogério Giessel - rogeriogiessel@uol.com.br

O prefeito Marco Antonio Tebaldi (PSDB) foi novamente alvo de outra ação civil pública, com imputação de improbidade administrativa impetrada pelo promotor Assis Marciel Kretzer, da 13ª Promotoria de Justiça de Joinville, no dia 4 de novembro.

De acordo com a denúncia, Tebaldi utilizou o site da prefeitura em favor do então candidato derrotado Darci de Matos (DEM), a quem apoiava.A suposta irregularidade ocorreu no período de 5 de julho a 26 de outubro desse ano, em plena campanha eleitoral. Foram veiculadas no site oficial publicidade institucional dos atos, programas, obras serviços e campanhas de seu governo. “Dita publicidade perdurou durante todo o período vedado pela Lei n.º 9.504/97, durante o qual o requerido, ostensivamente, objetivou apoiar Darci de Matos, candidato a prefeito pela Coligação “Joinville Cidadã”, informa a ação. O promotor ainda lembra que tais atos de improbidade foram realizados à custa do dinheiro público.

Para MP, prefeito burlou a lei

O Ministério Público Estadual (MPE) cita como exemplos de publicidade indevida, os títulos das seguintes matérias, “Construção da casamata inicia na próxima semana”; “Rua Benjamin Constant em obras”; “Prefeitura repassa R$ 1,2 milhão a entidades beneficentes”; “Obras no bairro Anita Garibaldi”; “Prefeitura está concluindo mais quatro escolas e seis CEIs”; “Asfaltamento da rua Tenente Antônio João é concluído”; “São José vai ampliar o número de leitos”; “Prefeitura investe na qualificação do servidor”; “Asfalto nos bairros”; “Transparência nas contas da Prefeitura”.

Além disso, relata a denúncia, chama a atenção às matérias que noticiaram prestações de contas do prefeito em alguns bairros. Assis fundamenta seu entendimento com o seguinte argumento: “Pela ocorrência ventilada, é notório que Tebaldi praticou atos objetivando fim proibido em lei, vez que a legislação eleitoral não admite a autorização de publicidade institucional, por qualquer meio de comunicação, nos três meses que antecedem as eleições.”Ressarcimento do dinheiro público e perda do cargoO MPE finaliza a ação solicitando a aplicação das seguintes penas ao prefeito Marco Antonio Tebaldi. “(...) que seja o demandado declarado ímprobo, enquadrado como infrator do dispositivo referido, da Lei n.º 8.429/92, (Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.) e condenado às sanções para ele previstas no art. 12 da mesma lei, notadamente ressarcimento ao erário e decretação da perda de seu cargo público.

Norival autorizou pagamento ilegal a fiscais da Vigilancia Sanitária

Rogério Giesselrogeriogiessel@uol.com.br

Ex-secretário iniciou a uma serie de pagamentos sem o devido respaldo da lei

Uma nova ilegalidade com o dinheiro da saúde é alvo de uma Ação Civil Pública do Ministério Público Estadual (MPE). O epicentro parte de um velho conhecido da justiça catarinense, o ex-secretário de saúde do município, Norival Silva. O ex-secretário foi preso no inicio desse ano acusado de cobrar propina para fraudar a lista de pagamento dos credores da pasta que comandava. De acordo com a inicial da ação, protocolada pelo promotor da 13ª promotoria, Assis Mariciel Kretzer, o então secretário Norival Silva, concedeu de forma irregular uma gratificação aos fiscais da Vigilância Sanitária de Joinville. Fazem companhia como denunciados ao ex-secretário, os também ex-secretários, Cromácio José da Rosa, Paulo Iolando Santana, e o atual secretário, Armando Dias Pereira Junior. O prefeito Marco Antonio Tebaldi, não ficou de fora e deverá responder junto com os outros denunciados.

“Foi à forma na época do Sr. Norival Silva dar um cala boca”

De acordo com o MPE, desde julho de 2007, os fiscais da Vigilância Sanitária do Município de Joinville, vêm recebendo uma gratificação de R$ 250,00, sem que para isso, exista uma lei que regulamente tais pagamentos. Norival Silva, na época era o gestor do Fundo Municipal de Saúde, e instituiu o pagamento a revelia da lei. “A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privada em cada caso, assegurada a revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.”, diz inciso X do artigo 37 da Constituição Federal.
Os fatos chegaram ao MPE em forma de uma denuncia anônima, onde consta que o procedimento adotado por Norival, tinha um objetivo diferente do que apenas melhorar a remuneração dos fiscais. “Foi à forma na época do Sr. Norival Silva dar um cala boca” (sic), “ajeitar o salário do pessoal”, informa o denunciante. A má fé ganhou prosseguimento sob o comando dos sucessores de Norival na pasta. Na ação, figuram também como réus, Cromácio José da Rosa, Paulo Iolando Santana e Armando Dias Pereira Junior. O MPE, pede também que o prefeito Marco Antonio Tebaldi, seja responsabilizado por conivência.

Gratificações não apareciam nos contracheques

Segundo o Ministério Público, os três secretários, cada qual, no período em que eram titulares da pasta as saúde do município, desfalcaram juntos a soma de R$ 108 mil dos cofres públicos. O valor é a soma que os 27 fiscais que atuam na inspeção veterinária e vigilância sanitária receberam irregularmente, ou seja, sem a previsão legal durante os 18 meses. (julho de 2007 a outubro de 2008). Foram pagos R$ 250,00 mensais a cada um deles. As gratificações eram pagas através de depósitos, sem a descriminação em seus contracheques, situação que demonstra o conhecimento dos secretários da ilegalidade dos pagamentos. Diante dessa manobra, o MPE aponta o descumprimento da lei 8.492/92, em seu artigo 10, que prevê. “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei (...)” É também citado o artigo 11. “Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições (...)”.

Bens, direitos políticos e cargos públicos ameaçados

O Ministério Público pede que os pagamentos sejam suspensos e que os bens dos réus indisponibilizados. Para isso, há a solicitação de envio de ofícios as agencias bancárias de Joinville, Detran e Cartórios de Registro de Imóveis. Trata-se de medida para identificar os bens dos acusados e bloqueá-los, como garantia de ressarcimento ao erário. Além disso, a 13ª promotoria pede a suspensão dos direitos políticos, perda do cargo público e multa civil aos envolvidos.

Tebaldi sem argumentos para o caos no São José



Rogério Giessel – rogeriogiessel@uol.com.br


As declarações do prefeito Marco Antonio Tebaldi sobre a falência múltipla do hospital Municipal São José, se assemelha como um conta-gotas tentando apagar um incêndio de proporções homéricas na saúde. O comandante de uma administração que protagonizou um escândalo jamais visto na história do município, em que o ex-secretário de saúde Norival Silva, foi preso pela polícia em sua casa com um saco de dinheiro sob a acusação de formação de quadrilha, associada para o cometimento de crimes de concussão, tráfico de influência e corrupção, passiva e ativa, certamente não terá argumentos plausíveis para esconder a realidade que vive a saúde em Joinville.

Justificativa pouco convincente

Tebaldi utilizou o espaço do programa de TV de seus amigos radialistas, para tentar amenizar as afirmações do diretor presidente do hospital São José, Ary Giovanni Santangelo, que relatou sem maquiagens o descaso da atual administração. Estranhamente, Tebaldi justificou as informações prestadas por Ary Santangelo, como uma conversa informal captadas sem o conhecimento do diretor. Na verdade foram duas entrevistas, e nas duas ocasiões, além do flash de um fotografo, havia um gravador disposto de forma bem visível na mão de um repórter. Portanto, é pouco provável que Ary Santangelo tenha confundido a entrevista com uma sessão de fotos para algum book dos ocupantes de cargos de confiança do prefeito.

Nova entrevista confirma caos no São José

Na tarde da última segunda-feira, o diretor Ary concedeu uma nova entrevista. Nela, o diretor confirmou o grave caos vivido naquela unidade de saúde. Sobre as entrevistas anteriores e que foram criticadas por Tebaldi, o diretor manteve suas palavras. “Elas retratam a realidade, ou seja, uma situação de sucateamento do hospital”. Admitiu. Ele afirma também que após a reportagem ser publicada, recebeu total apoio da classe médica do hospital também penalizada com o descaso “Eles muitas vezes vêem seus serviços comprometidos ou denegridos em função das carências existentes.”
O cenário continua preocupante com a maioria dos equipamentos parados por falta de manutenção. “Nosso problema é a Secretaria Municipal de Saúde. Nós apresentamos um laudo de nossas necessidades, como por exemplo, o quarto andar está parado por falta de equipamentos e materiais, lá nada está funcionando. O laudo foi para a Secretaria e está lá, parado.”, lamentou.
O pronto socorro também sofre com a omissão presente no São José. “Para o pronto socorro novo também não veio nada. Nós continuamos com equipamentos alugados ou sucateados”, revela. Ary Santangelo entregará a Tebadi uma relação de equipamentos que estão encostados por falta de manutenção. Ele espera que o prefeito repasse essa relação ao prefeito eleito, Carlito Merss..

Hospital Municipal São José a beira do colapso

Rogério Giessel - rogeriogiessel@uol.com.br

"O prefeito Tebaldi vai pra cadeia e eu também".
Ary Giovanni Santangelo, Diretor do Hospital São José


O governo do prefeito Marco Antonio Tebaldi (PSDB) está prestes a apagar as luzes de sua gestão, porém, surpresas desagradáveis poderão surgir quando o prefeito eleito Carlito Merss assumir as rédeas da administração municipal no dia 1º de janeiro. Provavelmente, a pior avalanche virá rolando do Hospital Municipal São José e cairá como um imenso abacaxi no colo do novo prefeito.

Em duas entrevistas exclusivas para essa Gazeta, uma no dia 7, e outra no dia 12 desse mês, o diretor do hospital, o odontólogo Ary Giovanni Santangelo, deixou de lado as tradicionais maquiagens e descreveu a real situação do São José. Além de uma dívida milionária, o principal hospital da cidade está com a maioria dos equipamentos quebrados por falta de manutenção. O credenciamento de transplantes também está seriamente comprometido em virtude de problemas com a Vigilância Sanitária.

Materiais básicos como esparadrapos, agulhas e sondas já estão começando a faltar. “O sistema está problemático, economicamente o hospital está se tornando inviável.”, alertou Ary. E, como se não bastasse, o moribundo São José ainda tem que abrigar indicados políticos em cargos estratégicos, o que pode comprometer ainda mais seu precário funcionamento.Uma dívida milionáriaSomente com fornecedores, o hospital tem hoje uma dívida de quase R$ 10 milhões e que deve aumentar significativamente com o passar dos meses.

Ary explica que o Hospital São José não vem recebendo da Secretaria Municipal de Saúde os recursos integrais pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) referentes aos serviços prestados. O diretor cita como exemplo o mês de setembro, quando o hospital faturou R$ 3,3 milhões e recebeu apenas R$ 1,9 milhão da Secretaria Municipal de Saúde. “O valor de R$ 3,3 milhões foi pago pelo SUS para a Secretaria de Saúde, e esse dinheiro o Hospital São José precisa, porque os encargos com a folha são de responsabilidade do hospital. Em outubro, a folha do hospital custou R$ 3,27 milhões e o hospital recebeu R$ 2,27 milhões. Eu vou ter que tirar R$ 1 milhão do SUS para pagar os encargos, pró-labore, sobre aviso e plantões.”
De acordo com Santangelo, somente em 2008, o hospital perdeu R$ 6 milhões do SUS. “A Secretaria Municipal recebeu esse dinheiro que equivale ao faturamento do hospital. O SUS paga, e quem administra é a secretaria. É aí que está o problema.”, lamenta. Ary Santangelo. Próximo governo encontrará hospital quebradoO diretor alerta também para o descaso com os equipamentos. “Hoje nós estamos sem cautério na sala cirúrgica, sem eletrocardiograma, que é o mais simples dos equipamentos, sem endoscópio para endoscopia digestiva, sem artroscópio e sem colonoscópio.

Falta também um outro equipamento respiratório utilizado pelos pneumologistas que eu não me recordo o nome.” Mas a lista do descaso não para por aí. O hospital está sem eletrocardiógrafo e nas salas cirúrgicas falta cautério e bisturis eletrônicos. Equipamentos mais complexos, como o tomógrafo, também não estão funcionando. O motivo da quebradeira é a ausência de manutenção revelou o diretor. A situação se torna crítica pelo fato de o hospital não possuir nenhum equipamento extra.

Materiais básicos como agulhas, sondas uretrais, cânulas de aspiração e até esparadrapo estão começando a faltar. “Eu já estou tendo problema com esse tipo de material, e eles são muito utilizados na UTI e nas cirurgias. Isso tá causando um grande problema.”
Mal gerenciamento dos recursos

Ele atribui essas deficiências à falha na administração dos recursos. O diretor alega que o obstáculo na manutenção e na aquisição de materiais existe também em função de uma determinação do prefeito, que não quer que se faça empenho e nem licitações por causa da transição de governo. Essa ordem soa no mínimo estranha, já que o Executivo enviou a Câmara de Vereadores, um projeto de lei complementar que cria níveis e altera tabelas de salários dos servidores. O impacto financeiro deste projeto é de R$ 855 mil para este ano e para 2009 de aproximadamente R$ 5 milhões.

Hoje, o responsável pela administração dos recursos do hospital São José, é o diretor-executivo Osmar Arcanjo de Oliveira. Sobre ele, Ary deixou escapar o clima que impera no hospital pós-eleições. “Agora com o resultado da eleição, da derrota definitiva do Darci, esse menino (Osmar Arcanjo) mudou do preto para o branco. Você tem que ver como ele está desesperado.” E adianta, “Ele não vai conseguir fechar o balanço esse ano. O prefeito vai pra cadeia e eu também.”, relata Ary. Sobre sua responsabilidade em relação ao estado do hospital, Ary admite: “Eu fatalmente vou ser penalizado porque eu não consegui fazer com que meu subordinado fizesse o serviço correto. A culpa vai ser minha, eles sabem disso. A assinatura deles junto com a minha não vale nada, só a minha é que é responsável.”

Transplantes podem ficar comprometidos

O São José também corre o risco de perder o credenciamento do SUS para transplantes de fígado. Desde o credenciamento, o hospital ainda não realizou nenhum. O diretor destacou que se até o final de 2008 não for realizado o procedimento o descredenciamento será inevitável. . “Eu tenho que fazer ainda esse ano um transplante de fígado, nem que seja na marra. Porque o hospital pode perder a credencial deste tipo de transplante. Isso porque está faltando um material líquido que custa R$ 15 mil”. O São José também está sob fiscalização da Vigilância Sanitária, que diagnosticou cem irregularidades que necessitam serem revistas. “Sem revermos todas essas situações nós não vamos conseguir o alvará, e se não conseguirmos o alvará, perdemos todas as nossas credenciais de transplante. É um risco muito grande”, alertou Santangelo.

Saem técnicos, entram apadrinhados

Ary Santangelo diz que varias exonerações estão sendo solicitadas. “As exonerações que estão sendo feitas são de cargos políticos. Eu não aceitei e não posso aceitar cargos técnicos sendo usados para cargos políticos.” O diretor também afirma que os pedidos de exoneração partiram da prefeitura, e que quando tomou conhecimento de uma lista apresentada pelo Osmar Arcanjo ligou pra o chefe de gabinete do prefeito, Carlos Roberto Caetano, do qual, ouviu a seguinte resposta. “Estão exonerados”. Restou a Ary solicitar a oficialização do pedido a Caetano. “Eu disse : Tá bom, você me manda por fax isso.”

Equipamentos perdidos

Os equipamentos da unidade de queimados e os equipamentos para a UTI que seriam fornecidos pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) foram perdidos por falta de interesse do município. “A ficha técnica foi feita em janeiro, só que Brasília alegou falta de interesse de nossa parte em continuarmos o projeto atualizando os dados e complementando os documentos. Nós ficamos sem essa parte.”, revelou Ary. Esses equipamentos custariam R$ 2,72 milhões.

Outra situação grave é na construção da casamata, do setor oncológico – para que seja instalado o acelerador linear – que foi orçada em R$ 1,3 milhão. O estado entrou com R$ 700 mil mas a falta da contrapartida da prefeitura impediu o projeto original. “Agora é que a prefeitura complementou. Na verdade, ela não complementou, ela reduziu o projeto. O projeto inicial era o dobro do tamanho do que vai ser construído. Ary Santangelo também revela que um outro equipamento deixou de ser adquirido. “Eram dois equipamentos, um era o acelerador linear propriamente dito e o outro era o de braquiterapia, que é usado no tratamento do câncer ginecológico. Nesse caso, com o equipamento que nós possuímos, a mulher fica exposta à radiação durante 36 horas ininterruptas, deitada sem poder se mover, enquanto que com o equipamento que nós perdemos ela ficaria apenas 10 minutos”, explicou.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A Hidra Muda

Liguei a TV, e ao zapear os canais percebi que em um deles apareciam três criaturas que falavam e gesticulavam freneticamente. Porém, não se ouvia um grunhido sequer, nenhum cacarejo, nem mesmo um relincho ou uivo. Confesso que em um primeiro momento fiquei assustado com a expressão de cachorro louco daquele espectro televisivo, um verdadeiro poltergeist. Continuei a observar embasbacado e boquiaberto a situação surreal. Um deles me pareceu com muito calor, pois se abanava o tempo todo com um jornal em uma das mãos. Questionei-me. “O que será que esses seres tentam desesperadamente dizer?”. Alguma coisa me pareceu familiar naquelas cabeças deprimentes, entretanto, por mais que eu tentasse rever os arquivos de meu cérebro, não consegui identifica-los. Olhei atentamente e as três cabeças me remeteram à mitologia. Elas eram como uma hidra desvairada querendo “arranhar” alguém. Na cabeça central, que tinha uma aparência de cervo com raros fios de cabelo, era visível as artérias saltando e ganhando volume em seu pescoço, o que indicava a iminência de um piripaque. Esforço inútil, porque eu continuava sem ouvir nenhum mugido. O crânio da direita lembrava vagamente um batráquio, era o que menos gesticulava. Já a cabeçorra da esquerda, em determinados momentos passava a impressão que sairia da tela e saltaria como uma lagartixa doida para fora da TV, por cautela dei um passo para trás. Voltei a realidade e desisti de tentar decodificar aquelas mensagens apocalípticas. Sintonizei um canal de filmes antigos, muito bons por sinal.

domingo, 2 de novembro de 2008

Não é de hoje que "radialistas" de Joinville não agradam a comunidade séria da cidade

Este texto, de autoria do jornalista Wagner Baggio, foi publicado no site Caros Ouvintes (http://www.carosouvintes.org.br/), e retrata a estirpe que ocupa os microfones das rádios em Joinville. Infelizmente, a máxima que prevalece é a do dinheiro. Paga-se e ataque quem quiser. Mas, o pior é o grau de idiotice que se instala em quem os ouve. Boa leitura.

Afinal, que rádio é esse?

O leitor Wagner Baggio* levanta uma questão que muito nos inquieta e que acreditamos seja também do interesse do caro leitor: o rádio “transformou-se em território de amadores que têm acesso ao microfone em troca de qualquer carteira com meia dúzia de anunciantes”. Da Redação
Talento, criatividade, interpretação, capacidade de se expressar, conhecimentos gerais, cultura, personalidade, profissionalismo e responsabilidade social, dão lugar ao dinheiro que domina e escraviza a sociedade como um todo. Esta é a triste realidade em uma grande parte do mundo do rádio atual.

O tema tem sido tratado por este e outros ângulos sistematicamente nos quatro anos do site e é um dos itens que determinaram a criação do Instituto Caros Ouvintes. Mas, isto como se vê, é muito pouco. E o que é mais grave, justo num estado como Santa Catarina onde a cultura e os bons costumes mais prestigiam o rádio como meio de comunicação social.

Trazemos este assunto à sua consideração caro leitor na esperança de que juntando a sua à nossa voz sejamos ouvidos pelos concessionários dos canais de rádio e pelos profissionais que lá trabalham. Porque uns como os outros se servem de um bem público que pertence ao cidadão. E estes, radialistas e radiodifusores, por ignorância, ambição descabida ou desídia colocam acima do interesse público suas vaidades e interesses de ordem econômico-financeira, ressalvadas as conhecidas exceções.

Outro aspecto relevante levantado pelo Wagner é o da irresponsabilidade com que o meio está sendo usado quando diz “Pessoas e instituições são atacadas sem qualquer pudor ou direito de defesa, um abuso”. E conclui: “Repito. Exceções existem, mas também há muita gente com acesso a microfones emitindo opiniões sobre tudo e sobre todos”.

De todas as misérias que atacam esse bem de consumo obrigatório como canal de comunicação, cultura e lazer, o rádio padece de um mal maior – que não é seu exclusivo – mas nem por isso deixa de ser deletério e ignominioso: a irresponsabilidade dos órgãos de fiscalização. E aí são todos: municipais, estaduais e federais. Aqui está a raiz do mal que nos ataca a razão, o coração e o espírito.

A quem recorrer? À sociedade, pois é o que nos resta!
Sim, recorrer à sociedade através de seus mecanismos básicos e institucionais: família, associações profissionais, comunitárias, políticas e sociais. E aos órgãos públicos, por que não, se os pagamos e bem para responderem pelos desvios de conduta das pessoas e organizações que assumem responsabilidades públicas de prestação de todo e qualquer tipo de serviço, mas não os cumprem com o devido zelo e decência necessários?

Onde estão os órgãos e instituições de normatização e fiscalização ligados à prestação de serviços de comunicação no país? Onde estão o ministério público e os serviços de defesa do consumidor? Onde estão as câmaras municipais, as assembléias legislativas e a câmara dos deputados? Em que mundo, em que planeta se escondem esses senhores e senhoras que sob o manto de seus cargos recebem o dinheiro gerado pelo suor de trabalhadores abandonados à sua própria sorte?
Sem dúvida, caro leitor, é deprimente.

Entretanto, mesmo constrangidos pelo desconforto da falta de respeito mínimo para com os nossos direitos de cidadãos, devemos sair da complacência e deixar o bomocismo de lado com ações efetivas de repúdio a quem nos ofende tão descaradamente.

*Wagner Baggio é jornalista profissional e reside em Joinville onde atua em jornal impresso