quinta-feira, 8 de novembro de 2012
O bom direito
Por João Baptista Herkenhoff,
juiz de Direito (ES) aposentado, professor e escritor
Este artigo não se refere a pessoas, mas sim a princípios jurídicos. Suponho que a leitura será proveitosa, não apenas para quem integra o mundo do Direito, mas para os cidadãos em geral.
Os princípios são aplicáveis hoje, como foram aplicáveis ontem e serão aplicáveis amanhã.
Tentarei elencar alguns princípios que constituem a essência do Direito numa sociedade democrática.
1. O princípio de que, no processo criminal, a dúvida beneficia o réu permanece de pé. Resume-se nesta frase latina: “In dubio pro reo”. É melhor absolver mil culpados do que condenar um inocente.
2. No estado democrático de direito todos têm direito a um julgamento justo pelos tribunais. Observe-se a abrangência do pronome “todos”: ninguém fica de fora. Este princípio persevera em qualquer situação, não cabendo excepcioná-lo à face de determinadas contingências de um momento histórico.
3. Ainda que líderes proeminentes de um partido politico ou de um credo religioso estejam sendo julgados, a sentença não pode colocar no banco dos réus o partido político ou o credo religioso. Deve limitar-se aos agentes abarcados pelo processo.
4. Todo magistrado carrega, na sua mente, uma ideologia. Não há magistrados ideologicamente neutros. A suposta neutralidade ideológica das cortes é uma hipocrisia. Espera-se, porém, como exigência ética, que a ideologia não afaste os magistrados do dever de julgar segundo critérios de Justiça.
5. Os tribunais coletivos existem para que se manifestem as divergências. Dos julgamentos da primeira instância, proferidos em regra por um juiz singular, cabe recurso ao juízo coletivo, justamente para favorecer a expressão de entendimentos divergentes. O voto vencido deve ser respeitado.
6. Jamais o alarido da imprensa deve afastar o magistrado da obrigação de julgar segundo sua consciência. Ainda que a multidão grite Barrabás, o magistrado incorruptível caminhará sereno através da corrente ruidosa e, se não estiver plenamente convencido da culpa do acusado, proferirá sentença de absolvição.
7. A condenação criminal exige provas. Não se pode basear em ilações, inferências, encadeamento de hipóteses, presunções, suposições. Esta é uma conquista milenar do Direito. Mesmo que o juiz esteja subjetivamente convencido da culpa, não lhe é lícito condenar, se não houver nos autos prova evidente da culpabilidade.
8. Quando o advogado coloca seu zelo profissional na sustentação da defesa, não está subscrevendo o delito ou colaborando para sua prática, mas cumprindo um papel essencial à prática da Justiça. O processo criminal é dialético, sustenta-se na ideia de ser indispensável o confronto acusação – defesa.
Fonte: www.espacovital.com.br
Ministro Ayres Britto critica cultura da submissão
“É preciso muita coragem para o Judiciário se assumir como poder político independente”, afirmou nesta quarta-feira (7/11) o ministro Ayres Britto, presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), na solenidade de premiação das melhores práticas da Justiça, promovida pelo Instituto Innovare, em Brasília. “A nossa cultura é a cultura da submissão, de reverência ao poder político, e também ao econômico”, explicou.
Para ele, o Judiciário precisa se assumir como Poder da República, com independência e autonomia em relação aos outros poderes, e se tornar a âncora da confiabilidade, combatendo os desmandos: “Como parte do Estado, o Judiciário é a personalização da Justiça com valores objetivos”.
Ayres Britto ressaltou que o Poder Judiciário tem atualmente “dois grandes aliados”, o Instituto Innovare e o Conselho Nacional de Justiça. O Prêmio Innovare, disse ele, tornou-se centro de referência e de estímulo de novas práticas para aperfeiçoamento do Judiciário: “Sempre vejo o Instituto Innovare como um espaço institucional de criatividades, de inovação, fazendo jus ao próprio nome”.
O prêmio, segundo o presidente, tem o grande mérito de tirar a Justiça do imobilismo, com o reconhecimento de boas práticas, e menos teorização, de forma a quebrar o paradigma de imobilismo, em busca da excelência na prestação de serviços à população, e tornar o Judiciário “um corpo vivo na sociedade”. O Innovare homenageou o ministro Ayres Britto com uma premiação especial.
Práticas inovadoras – A solenidade de divulgação e premiação dos vencedores da IX edição do Innovare foi realizada no STF. A premiação é concedida há nove anos pelo Instituto Innovare a magistrados, advogados, tribunais e membros da Defensoria e do Ministério Público, responsáveis por práticas inovadoras no âmbito do Poder Judiciário.
Nesta edição, o Prêmio Innovare teve como tema Desenvolvimento e Cidadania, para a premiação principal, e Justiça e Sustentabilidade, para a premiação especial.
Agência CNJ de Notícias
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Mais de 1,5 mil processos abertos contra magistrados brasileiros
Ao mesmo tempo em que o levantamento Justiça em Números, divulgado pelo CNJ, revela que, até o fim do ano passado, atuavam em todo o país 11.835 magistrados estaduais (dos quais 1.693 são desembargadores), o sistema de acompanhamento de processos disciplinares registra que estão em andamento nos tribunais dos 26 Estados e do Distrito Federal 1.582 sindicâncias ou processos administrativos abertos pelas respectivas corregedorias.
Os juízos e os tribunais estaduais, nos quais há mais sindicâncias e reclamações contra magistrados são os de Pernambuco (288), Maranhão (177) e São Paulo (153). Nesta última jurisdição estadual - a maior do país - foram abertos 27 processos administrativos disciplinares.
No Rio Grande do Sul há sete processos em curso exclusivamente contra juízes estaduais (veja quadro abaixo) - destes, o mais antigo é de janeiro de 2010; dois procedimentos foram arquivados. Na Justiça Federal são dois casos; no âmbito do TRT-4, nenhum.
Na Justiça Estadual de Santa Catarina são sete processos abertos, um dos quais já está arquivado.
Uma análise da estatistica nacional permite especular que os procedimentos tenham em mira cerca de 10% do total de magistrados braileiros, já que alguns deles são visados mais de uma vez.
A grande maioria desses procedimentos é constituída de representações e reclamações. A exceção é o Tribunal de Justiça do Paraná, onde, dos 12 processos abertos, 11 são, efetivamente, administrativos disciplinares.
No Rio de Janeiro, os 53 procedimentos em andamento são representações ou reclamações de terceiros, quase todas referentes à “imputação a magistrado de falta funcional” ou a “erro na condução do processo”. Não há registro de nenhum processo administrativo disciplinar em tramitação de iniciativa da Corregedoria.
No Tribunal de Justiça do Distrito Federal estão em andamento apenas um inquérito judicial e três representações.
Veja os números relativos à Justiça Estadual do Rs
Número do Processo
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Data de Abertura
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Tipo Processo
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Cargo
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Interessado(s)
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Motivo
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Arquivado
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216740300058 | 20/08/2007 | Processo Administrativo Disciplinar | Juiz | Corregedoria | Apuração/ acompanhamento de judicância | SIM |
10110013805 | 05/09/2011 | Processo Administrativo Disciplinar | Juiz | Corregedoria | Apuração de fatos | NÃO |
001009003234 6 | 25/01/2010 | Processo Administrativo Disciplinar | Juiz | Corregedoria | Apuração de falta disciplinar | SIM |
10090036066 | 26/04/2010 | Processo Administrativo Disciplinar | Juiz | Corregedoria | Apuração de falta disciplinar | NÃO |
10110020542 | 11/01/2012 | Processo Administrativo Disciplinar | Juiz | Corregedoria | Apuração de fatos | NÃO |
001011001250 7 | 24/10/2011 | Processo Administrativo Disciplinar | Juiz | Corregedoria | Apuração de fatos | NÃO |
10110000029 | 25/07/2011 | Processo Administrativo Disciplinar | Juiz | Corregedoria | Apuração de fatos | NÃO |
001011002323 1 | 16/04/2012 | Processo Administrativo Disciplinar | Juiz | Corregedoria | Apuração de fatos | NÃO |
001010003277 7 | Processo Administrativo Disciplinar | Juiz | Corregedoria | Apuração de fatos | NÃO |
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Melhora a confiança dos empresários da construção civil
Em recuperação há três meses seguidos, o otimismo dos
empresários da construção civil na economia brasileira melhorou no
trimestre encerrado em outubro último, segundo pesquisa da Fundação
Getulio Vargas (FGV). O índice apresentou queda de 5,1%, melhorou um
pouco, mas permaneceu negativo em relação ao trimestre agosto a outubro
de 2011. Na sondagem anterior, periodo de julho a setembro deste ano, a
queda foi 7,8%.
De acordo com a avaliação técnica da FGV, esse resultado mostra aumento
no ritmo de atividade no setor. Entre os segmentos que demonstraram
maior grau de confiança estão os da construção de edifícios e obras de
engenharia civil (de -7,4% para -4,3% ), aluguel de equipamentos (de
-7,3% para -4,6%) e obras de instalações (de -7,3% para -5,6%).
Embora os índices permaneçam negativos, houve evolução favorável tanto
no Índice da Situação Atual (de -9,4% para -5,5%) quanto no Índice de
Expectativas (de -6,4% para -4,7%). Neste último caso, a avaliação é
feita com base na previsão de desempenho para o período de seis meses à
frente do momento da enquete. Foram ouvidos representantes de 703
empresas.
Jornalista destaca maior transparência do Judiciário
Ao falar sobre a imagem do Poder Judiciário
a partir do olhar da sociedade, a jornalista Eliane Cantanhêde disse,
nesta terça-feira (6/11), que nos últimos dez anos houve maior
aproximação entre os magistrados e a população, garantindo-se
transparência e fortalecendo-se a democracia. A jornalista foi uma das
palestrantes dos painéis organizados no segundo dia do VI Encontro
Nacional do Judiciário que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza
em Aracaju/SE.
A jornalista lembrou que era comum afirmar
que o Judiciário era uma “caixa preta”, um poder hermético, ao contrário
do Executivo e do Legislativo, que há muito são fiscalizados pela
sociedade e pela imprensa.
“Os juízes eram intocáveis, eles não
precisavam dar satisfação a ninguém. Mas, nos últimos dez anos, nós
vimos avanços como a Rádio Justiça, a TV Justiça, a transmissão ao vivo
dos julgamentos do Supremo Tribunal federal. Hoje ministros de tribunais
superiores dão entrevistas aos jornalistas”, disse a palestrante,
observando que um dos fatores que contribuíram para alavancar esse
processo de abertura foi a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que
investigou irregularidades no Poder Judiciário, entre elas o desvio de
verbas das obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT/SP).
A jornalista afirmou ainda que o CNJ teve papel fundamental em todo esse processo de ampliação da transparência do Poder Judiciário. “Quando o CNJ surgiu, houve muitas resistências. Mas depois vimos que o CNJ não é inimigo dos juízes, do Poder Judiciário. O CNJ prestigia os magistrados honestos, que fazem a coisa certa”, disse Cantanhêde.
Agência CNJ de Notícias
A jornalista afirmou ainda que o CNJ teve papel fundamental em todo esse processo de ampliação da transparência do Poder Judiciário. “Quando o CNJ surgiu, houve muitas resistências. Mas depois vimos que o CNJ não é inimigo dos juízes, do Poder Judiciário. O CNJ prestigia os magistrados honestos, que fazem a coisa certa”, disse Cantanhêde.
Agência CNJ de Notícias
domingo, 4 de novembro de 2012
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