sábado, 24 de janeiro de 2009

Ministério Público pede a prisão dos envolvidos no escândalo da Felej



O Ministério Público Estadual (MPE) pediu nesta sexta-feira, dia 23, a prisão temporária do ex-presidente da Felej Jair Raul da Costa, o Bujica e dos sócios Ivo Belli e Gilson Flores, proprietários da empresa Atacado e Comércio Universo Ltda. O Judiciário atendeu parcialmente o pedido do MPE, determinando a apreensão de documentos contábeis, computadores e CDs. Cumprindo a determinação judicial, por volta das 17 horas, cinco policiais e dois delegados da Delegacia de Polícia Civil do bairro Aventureiro arrombaram a porta da empresa em busca do material requisitado pela justiça.

A prisão e a apreensão foram requisitadas pelo promotor Assis Marciel Kretzer, da 13ª promotoria, mas, nessa fase da investigação, o juiz responsável concedeu apenas a busca e apreensão de provas. "O MPE pediu a prisão dos envolvidos, porém, o pedido foi indeferido considerando o fato dos acusados não fazerem mais parte da administração municipal.", explicou o delegado Luiz Felipe. Não havia ninguém na empresa durante a operação policial e os empresários não foram localizados, sendo necessário arrombar a porta do estabelecimento, o que fez com que o alarme disparasse, acionando a empresa de segurança que monitora o local.
Coincidentemente, esse foi o primeiro trabalho de diligência da Delegacia de Policia Civil do bairro Aventureiro, inaugurada também na tarde dessa sexta-feira.

Entenda o caso

O escândalo envolvendo o dinheiro público foi denunciado por essa Gazeta na edição do dia 15 de janeiro. Documentos contábeis da Fundação de Esportes, Lazer e Eventos de Joinville (Felej), que deveriam estar arquivados no setor contábil da fundação, foram encontrados em uma lixeira da Arena Joinville, prestes a serem recolhidos pela coleta de lixo. Eles chegaram anonimamente à redação da Gazeta de Joinville.

Várias notas fiscais, declarações, recibos e comprovantes de depósitos e até um telefone celular novinho em folha que estava entre os papéis fiscais foram deliberadamente jogados no lixo. Mas, entre os documentos, o que mais chamou a atenção foi um contrato firmado no dia 10 de julho de 2008 entre o então presidente da Felej, Jair Raul da Costa, o Bujica, e Ivo Belli, um dos sócios da empresa vencedora do pregão número 011/2008-Felej, a Atacado e Comércio Universo Ltda.

Pagamento efetuado às pressas

O termo de contrato número 018/2008-Felej, foi o resultado de um pregão para a compra de nada mais, nada menos que 500 pares de redes de futsal, ao custo de R$ 84,00 cada, totalizando o valor de R$ 61,2 mil. Também constavam como objeto do contrato 700 bolas de futsal, ao preço unitário de R$ 84,00 que somadas chegavam ao valor de R$ 58,8 mil. O total da compra foi de R$ 120 mil. O material objeto de pregão daria para abastecer cada um dos 24 núcleos do projeto jovem cidadão com 29 bolas. Já as redes dariam para equipar 500 quadras de futsal.

O pagamento pela inusitada, exagerada e suposta entrega da referida quantidade de bolas e redes, foi efetuado às pressas no último dia 29 de dezembro, ou seja, três dias antes do prefeito Carlito Merss tomar posse.

Além disso, as notas emitidas pela empresa dos sócios Ivo Belli e Gilson Flores, com o valor de R$ 60 mil cada uma, tinham seus vencimentos apenas nos dias 22 e 29 de janeiro de 2009, portanto pagas com quase um mês de antecedência. As notas foram quitadas com um único cheque do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) de número 7969.

Felej diz que há seis meses não recebe material esportivo

O novo presidente da Felej, Jorge Luiz Nascimento, se mostrou surpreso ao ver os documentos e prometeu providências. "Primeiramente vamos fazer uma sindicância administrativa para elucidar isso. Nossa ideia é que as coisas aqui sejam transparentes", disse Jorge.

Ele também informou que de acordo com o Departamento de Patrimônio, durante todo o último semestre, nenhum material deu entrada no almoxarifado da fundação. "De acordo com o departamento financeiro não foi adquirido nenhum material esportivo no segundo semestre do ano passado", explicou.

Quando as portas do almoxarifado foram abertas para a reportagem, nenhum material referente ao pregão 011/2008-Felej foi encontrado.

Empresários afirmaram que não entregaram mercadorias

Os sócios da empresa Atacado e Comércio Universal Ltda, Ivo Belli e Gilson Flores, tentaram explicar a situação, mas, as enormes lacunas ficaram difíceis de serem preenchidas. Eles admitiram que o material mencionado no contrato realmente não foi entregue. "Isso foi uma adaptação que eles fizeram. Eles não queriam apenas bolas e redes", contou Belli.

Entretanto Gilson Flores, afirmou que diversas mercadorias foram entregues substituindo as bolas e redes de futsal. "Foram fornecidas além de bolas de basquete e de futebol de campo, materiais de ginástica e de atletismo", tentou contornar Gilson.

Indagados sobre quem sugeriu a substituição do material, Ivo se limitou a dizer que foi o presidente da época, ou seja, Jair Raul da Costa, o Bujica. "Isso é uma rixa entre o Toninho e o Bujica, e vai sobrar pra nós.", lamentou Ivo Belli.

Concorrência pública de cartas marcadas

Mas, contrariando os empresários, o antigo presidente da Felej, o Bujica, alegou que o pregão foi realizado para quitar pendências da Felej com a empresa ganhadora. De acordo com ele, existiam dívidas contraídas em 2006 e 2007 pelo antecessor de Bujica, o ex-presidente Toninho Lennert (PSDB), que deixou o cargo para concorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores de Joinville.

"Esse material foi entregue na época do Toninho, em 2006 e 2007. Isso foi feito para nós podermos pagar o fornecedor e o pregão foi feito com o dinheiro que veio da Fundação Estadual de Esportes (Fundesporte). Questionado sobre a legalidade do esquema, Bujica tentou explicar.

"Houve a concorrência, foi feito o pregão via prefeitura e eles venceram." A explicação do ex-presidente Bujica deixa claro que houve um jogo de cartas marcadas caracterizando uma suposta fraude, já que inicialmente ele afirmou que o pregão tinha uma única finalidade, a de quitar a dívida com a empresa de Ivo Belli e Gilson Flores.

Participaram também da modalidade licitátoria as empresas ABI Comércio de Confecções Ltda, WR Comércio de Artigos Esportivos Ltda e a RCM Ramos Lombardi. Segundo o setor de licitação da prefeitura municipal, essas empresas foram desclassificadas.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ainda sobre os 20 automóveis

Há contribuintes bem humorados sugerindo que os vereadores de Joinville sejam contemplados com o “Vale Transporte”, para dar vazão a tal mobilidade dos nobres parlamentares. Outros, um pouco mais indignados questionam a quantidade. Ao todo serão 21 veículos alugados, 20 Chevrolet Prisma, um para cada vereador e dois ficarão de reserva. O outro será um 1 Fiat Doblo, para uso exclusivo do presidente da Câmara, Sandro Daumiro da Silva (PPS).

Daria para “Comprar” 13 carros zero por ano

O valor que será gasto com a locação da mordomia chegará a quase 300 mil por ano. Entretanto, é improvável que os legisladores Joinvilenses utilizem simultaneamente os 18 carros. Diante disso, 10 automóveis não seriam suficientes? Outro detalhe chamou a atenção. Por que Sandro necessita de um carro diferenciado?
Para se ter uma idéia, o valor de um Volkswagen Gol 0Km, duas portas custa R$ 22,9 mil. Com o dinheiro gasto durante um ano de locação, daria para comprar 13 veículos com essas características, mais do que o necessário. Mas, a sugestão do vale transporte continua sendo a mais bem aceita pela população. Inclusive com um enorme benefício, eles poderiam avaliar in loco o nosso transporte público.

Manifestante sai do anonimato e revela os verdadeiros motivos de sua revolta

Extremamente contrariado por entender que o vereador Sandro Daumiro da Silva (PPS) traiu a confiança dos eleitores do bairro Paranaguamirim, o até então anônimo Anderson de Amorim, 30 anos, viu a oportunidade de manifestar seu descontentamento em uma reunião realizada no último dia 14 de janeiro, na Paróquia Santa Luzia, localizada no mesmo bairro.

A reunião era para tratar do problema causado pelas cheias que há muito tempo assolam o bairro, mas parece que a paciência dos moradores e de Anderson, eleitor declarado de Sandro, também estava cheia.

"Sandro, você não tem vergonha na cara, não?"

A reunião na paróquia contou com mais de 500 moradores e na ocasião estiveram presentes os vereadores James Schroeder (PDT), Patrício Destro (DEM), Adilson Mariano (PT), Mauricio Peixer (PSDB) e o presidente da Câmara de Vereadores de Joinville, Sandro Silva (PPS). O deputado Kennedy Nunes (PP) e o secretário regional do Paranaguamirim, Lioilson Correa, também compareceram. Mas quem roubou a cena mesmo foi o modelista industrial Anderson.

O vereador Sandro Daumiro mal conseguiu balbuciar o "boa noite" ao público quando foi surpreendido pela sonora frase que ecoou no silencioso ambiente. "Você não tem vergonha na cara, não?" disparada com a precisão de uma flecha certeira contra o presidente da Câmara.

O constrangimento de Sandro foi notório. Aliás, o vereador tem recebido manifestações em praticamente todos os locais que aparece. A diferença nesse caso é que alguém resolveu em alto e bom tom expressar o sentimento de revolta reinante no bairro Paranaguamirim.

Anderson deu o recado e, como resposta, Sandro acionou sua tropa de choque para tentar abafar o escândalo, mas já era tarde. A frase de Anderson repercutiu como os sapatos atirados contra o ex-presidente americano George Bush. A maioria queria fazer alguma coisa para manifestar sua indignação e alguém foi lá e fez.

As razões do protesto

"O que mais me causou decepção foi o Sandro manter o mesmo pessoal que estava lá na Câmara. Eu penso que todo mundo votou por uma Joinville nova. A permanência do Toninho Neves e do Veríssimo é inadmissível. Essas pessoas estão lá há muito tempo, está na hora de mudar. E a decisão de manter esse pessoal foi do Sandro, isso já está muito manjado."

Convidado para a reunião

O modelista conta que foi convidado a participar da reunião pelos próprios organizadores. "Carros de som passavam o tempo todo convidando a população. E como eu faço parte da população automaticamente estava convidado", explicou. Questionado sobre sua manifestação, ele confirma seu entendimento. "Eu disse que ele era sem-vergonha e que não poderia ter feito o que fez; que ele deveria ter vergonha de aparecer no bairro. Disse também, que ele era mercenário trocando os nossos votos por um cargo", relatou Anderson.

Ele também justifica sua ação. "E eu me acho no direito de ir lá cobrar ele, porque se ele tem o direito de me parar na rua e pedir o meu voto, eu também tenho direito de cobrar. Quando eu estava andando aqui pelo bairro ele vinha e pegava na minha mão e eu dispus do meu tempo para ouvir o que ele tinha pra falar. Por que eu não posso fazer a mesma coisa?", perguntou.

Queriam nos calar à força

Anderson afirma ter sido vítima de ameaças e intimidações de assessores de Sandro Daumiro. "Não me deixaram falar. Não pude expressar um direito meu. Do lado de fora da igreja começaram me ameaçar, queriam me agredir.

Pessoas que eu não conheço e com um crachá pendurado dizendo ‘assessor Sandro Silva’ me ameaçaram de agressão. Diziam para eu sair se não eles iriam me quebrar de pau." Diante da animosidade e da iminente violência, Anderson resolveu ir embora. Entretanto, as ameaças voltaram a acontecer. "Saí dali e fui até uma cabeleireira aqui próximo de minha casa cortar o cabelo. Quando estava retornando para minha casa assessores do Sandro me cercaram no meio da rua e tentaram novamente me agredir ali, longe da imprensa. Queriam saber se eu fui pago para fazer aquilo", lamentou.

Mas as ameaças deram ainda mais incentivo a Anderson Amorim. Ele conta que a mudança tão alardeada durante a campanha está ameaçada. E que para isso não ocorra, promete acompanhar a votação dos projetos na Câmara. "Não vou admitir a prática do voto em troca de favorzinhos", finalizou.

Movimento das Esposas realiza manifestação na Casa D’Agronômica

O Movimento das Esposas e Familiares de Praças realiza nova manifestação na tarde desta quinta-feira, 22/01, para protestar contra a punição de policiais militares envolvidos nas manifestações do final de dezembro passado e a criminalização da Aprasc. O ato começa às 14 horas na Praça Tancredo Neves, Centro de Florianópolis, e a partir das 15 horas haverá uma concentração em frente da Casa D’Agronômica. As mulheres também vão solicitar uma audiência com o governador Luiz Henrique da Silveira a fim de discutir o pagamento da Lei 254.

Os sem carros

Enquanto o prefeito Carlito Merss queima neurônios para equipar as Secretarias Regionais, o novo presidente da Câmara de Vereadores de Joinville, Sandro Daumiro da Silva (PPS), está preocupado em distribuir um carro público para cada vereador. Uma licitação em andamento prevê um gasto anual de quase 300 mil com o aluguel dos veículos. Daumiro quer concretizar uma reivindicação do ex-vereador Darci de Matos (DEM), propiciando “mobilidade aos vereadores”. Serão mais de R$ 800 por dia para manter carros oficiais a disposição de vereadores que recebem salários de R$ 8,4 mil.

Abre inscrição para concurso da magistratura

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina vai realizar concurso público para o preenchimento de 25 cargos de juiz substituto. As inscrições estarão abertas a partir do dia 22 de janeiro, e se estenderão até o dia 20 de fevereiro. Os interessados devem procurar a Comissão Permanente de Concurso para Magistratura do Poder Judiciário de Santa Catarina, no 11º andar do prédio do TJ, das 12 às 19 horas, para providenciar as inscrições. A taxa de inscrição é de R$ 160,00. Exige-se idade mínima de 21 anos. O concurso consiste na comprovação de requisitos de formação acadêmica, na prestação de provas, na apresentação e avaliação de títulos, bem como exames, sindicância, entrevista e curso de formação e aperfeiçoamento. Mais informações podem ser obtidas em consulta ao edital n.º 01/09, que já se encontra disponível no site www.tj.sc.gov.br/concurso.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Tribunal de Justiça nega habeas para delegada envolvida com jogos de azar

A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou habeas corpus impetrado em nome da delegada Jurema Wulf – acusada de facilitar a exploração de máquinas caça-níqueis por José Wodzinski, o Zeca Bicheiro, seus filhos Vinícius e Everson e, Ademir Bell, o Ade.

Ela é acusada ainda de crimes contra a economia popular nos municípios de Jaraguá do Sul e Guaramirim em julho do ano passado. A delegada regional de Jaraguá do Sul e responsável pela Delegacia de Polícia de Guaramirim foi afastada do cargo depois de flagrada em telefonemas e mensagens de texto em que mandava alertas sobre operações policiais que ocorreriam na região.

Jurema Wulf transmitia informações sobre as ações policiais destinadas à apreensão de máquinas caça-níqueis para que chegassem até o conhecimento de alguns integrantes das famílias Wodzinski – bicheiros mais antigos da cidade – e Bell – segundo bicheiro a se instalar na região de Jaraguá do Sul. Os advogados da delegada regional sustentaram ausência de justa causa para a deflagração da ação penal porquanto o procedimento investigatório foi realizado pelo Ministério Público e não pela polícia.

Argumentam, ainda, que houve irregularidades durante a produção das provas e ausência de fundamentação para o recebimento da denúncia. “(...) Denega-se a ordem no que pertine à alegação de ausência de fundamentação da decisão que recebeu a denúncia, porque a eventual falta de embasamento do despacho que recebe a peça acusatória não possui o condão de nulificar o processo, haja vista estar pacificado nesta Corte que referido ato, conquanto decisório, possui natureza interlocutória simples, prescindindo assim de motivação explícita, devendo o magistrado ater-se unicamente à análise do preenchimento dos pressupostos processuais atinentes à espécie (...)”, sustentou o relator do processo, desembargador Torres Marques. A decisão da Câmara foi unânime.

A serviço do “rei”

O site da Câmara de Vereadores de Joinville tem se empenhado muito na divulgação das ações de seu novo presidente, Sandro Daumiro da Silva (PPS). Das escassas notas distribuídas, apenas uma não diz respeito a Sandro. Talvez, o grande empenho dispensado pelos responsáveis no setor de Comunicação Social daquela casa de leis, tenha explicação no grande desgaste que o novo presidente vem sofrendo diante da opinião pública e de seu eleitorado.

Tentando compensar o desgaste

Exemplo disso foi o protesto de um de seus eleitores na primeira reunião oficial do presidente da Câmara, realizada no último dia 14 de janeiro, em uma igreja do bairro Paranaguamirim. O manifestante não se conteve com aquilo que chamou de traição e chicoteou o vereador com a frase. “Seu sem vergonha. Você não poderia ter feito o que fez.”

Os protegidos do rei

Outra teoria plausível para o zelo excessivo da Comunicação Social da Câmara em relação ao novo presidente, pode ter a resposta nos comissionados mantidos por Sandro naquele setor. Esse também foi um dos motivos do protesto contra Daumiro ocorrido na igreja de seu reduto eleitoral

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Assim eu não brinco mais

A postura dos radialistas Luiz Veríssimo e Beto Gebaili no patético programa “Encontro com a imprensa”, do último dia 16 de janeiro, chegou a provocar um misto de repulsa e risos. Desesperados com a iminente nomeação do competente jornalista Antonio Anacleto para a assessoria de imprensa da Companhia Águas de Joinville, eles fizeram “biquinho” e infantilmente choramingaram. “Eu não leio release assinado pelo Antonio Anacleto.”

Interesses escusos

Ora, a atitude vista pelos telespectadores que arriscaram a assistir tal anomalia televisiva, inevitavelmente deve ter arrancado boas gargalhadas, ou então, provocado um estado catatônico. O fato é que a “birra” do trio que apresenta o tal programeco se dá pelo simples fato de a Gazeta de Joinville, que era comandada por Anacleto, ter resolvido desnudar a verdadeira face daqueles que ocupam os microfones de um meio de comunicação para defender seus interesses. Independente da vontade da população, lá estavam eles para distorcer fatos e omitir a verdade em uma inócua tentativa de enganar a opinião pública. Mas, o feitiço tinha prazo de validade e dessa vez não funcionou, ficando difícil sorver o gosto amargo da derrota do candidato Darci de Matos (DEM) apoiado sem cerimônias pelos três.

Na Câmara de Vereadores continua o clima de compadre

Mas, para a infelicidade geral do joinvilense, eis que alguém veio ao socorro e assegurou a manutenção dos empregos de Toninho Neves e Luiz Verissimo na Câmara de Vereadores de Joinville. A “enfadonha dádiva” foi proporcionada pelo vereador Sandro Daumiro da Silva, eleito presidente daquela casa de leis. Com isso, parece que o clima de cumpadre voltou a imperar do outro lado do Rio Cachoeira. Prova disso, foi a veemência com que Pronunciaram o boicote a Antonio Anacleto. Eles aparentavam ser os proprietários da rádio. Porém, é bom lembrar que ninguém ainda combinou nada com o verdadeiro dono da rádio, já que é público e notório a vistosa e polpuda verba publicitária da companhia.

Escândalo revela novo indício de irregularidades na gestão Tebaldi

Exatamente após um ano do escândalo na saúde de Joinville, protagonizado pelo ex-secretário Norival Silva, que foi preso em sua casa no dia 14 de janeiro do ano passado, com um saco de dinheiro, um novo alvoroço ganha contornos de grave irregularidade em um órgão da administração pública municipal.

Dessa vez, documentos contábeis da Fundação de Esportes, Lazer e Eventos de Joinville (Felej), que deveriam estar arquivados no setor contábil da fundação, foram encontrados na última semana em uma lixeira da Arena Joinville, prestes a serem recolhidos pela coleta de lixo. Eles chegaram anonimamente à redação da Gazeta de Joinville.

São várias notas fiscais, declarações, recibos e comprovantes de depósitos e até um telefone celular novinho em folha que estava entre os papéis fiscais que foram descartados.

Mas, entre os documentos, o que mais chamou a atenção foi um contrato firmado no dia 10 de julho de 2008 entre o então presidente da Felej, Jair Raul da Costa, o Bujica, e Ivo Belli, um dos sócios da empresa vencedora do pregão número 011/2008-Felej, a Atacado e Comércio Universo Ltda.

Pagamento efetuado às pressas

O termo de contrato número 018/2008-Felej, foi o resultado de um pregão para a compra de nada mais, nada menos que 500 pares de redes de futsal, ao custo de R$ 84,00 cada, totalizando o valor de R$ 61,2 mil. Também constavam como objeto do contrato 700 bolas de futsal, ao preço unitário de R$ 84,00 que somadas chegavam ao valor de R$ 58,8 mil.

O total da compra foi de R$ 120 mil. O material objeto do pregão daria para abastecer cada um dos 24 núcleos do projeto jovem cidadão com 29 bolas. Já as redes dariam para equipar 500 quadras de futsal.

O pagamento pela inusitada, exagerada e suposta entrega da referida quantidade de bolas e redes, foi efetuado às pressas no último dia 29 de dezembro, ou seja, três dias antes do prefeito Carlito Merss tomar posse.

Além disso, as notas emitidas pela empresa dos sócios Ivo Belli e Gilson Flores, com o valor de R$ 60 mil cada uma, tinham seus vencimentos apenas nos dias 22 e 29 de janeiro de 2009, portanto pagas com quase um mês de antecedência. As notas foram quitadas com um único cheque do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) de número 7969.

Felej diz que há seis meses não recebe material esportivo

O novo presidente da Felej, Jorge Luiz Nascimento, se mostrou surpreso ao ver os documentos e prometeu providências. "Primeiramente vamos fazer uma sindicância administrativa para elucidar isso. Nossa ideia é que as coisas aqui sejam transparentes", disse Jorge.

Ele também informou que de acordo com o Departamento de Patrimônio, durante todo o último semestre, nenhum material deu entrada no almoxarifado da fundação. "De acordo com o departamento financeiro não foi adquirido nenhum material esportivo no segundo semestre do ano passado", explicou.

Quando as portas do almoxarifado foram abertas para a reportagem, nenhum material referente ao pregão 011/2008-Felej foi encontrado.

Empresários afirmam que não entregaram mercadorias

Os sócios da empresa Atacado e Comércio Universal Ltda, Ivo Belli e Gilson Flores, tentaram explicar a situação, mas, as enormes lacunas ficaram difíceis de serem preenchidas. Eles admitiram que o material mencionado no contrato realmente não foi entregue. "Isso foi uma adaptação que eles fizeram. Eles não queriam apenas bolas e redes", contou Belli.

Entretanto Gilson Flores, afirmou que diversas mercadorias foram entregues substituindo as bolas e redes de futsal. "Foram fornecidas além de bolas de basquete e de futebol de campo, materiais de ginástica e de atletismo", tentou contornar Gilson.

Indagados sobre quem sugeriu a substituição do material, Ivo se limitou a dizer que foi o presidente da época, ou seja, Jair Raul da Costa, o Bujica. "Isso é uma rixa entre o Toninho e o Bujica, e vai sobrar pra nós.", lamentou Ivo Belli.

Concorrência pública de cartas marcadas

Mas, contrariando os empresários, o antigo presidente da Felej, o Bujica, alegou que o pregão foi realizado para quitar pendências da Felej com a empresa ganhadora. De acordo com ele, existiam dívidas contraídas em 2006 e 2007 pelo antecessor de Bujica, o ex-presidente Toninho Lennert (PSDB), que deixou o cargo para concorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores de Joinville.

"Esse material foi entregue na época do Toninho, em 2006 e 2007. Isso foi feito para nós podermos pagar o fornecedor e o pregão foi feito com o dinheiro que veio da Fundação Estadual de Esportes (Fundesporte). Questionado sobre a legalidade do esquema, Bujica tentou explicar.

"Houve a concorrência, foi feito o pregão via prefeitura e eles venceram." A explicação do ex-presidente Bujica deixa claro que houve um jogo de cartas marcadas caracterizando uma suposta fraude, já que inicialmente ele afirmou que o pregão tinha uma única finalidade, a de quitar a dívida com a empresa de Ivo Belli e Gilson Flores.

Participaram também da modalidade licitátoria as empresas ABI Comércio de Confecções Ltda, WR Comércio de Artigos Esportivos Ltda e a RCM Ramos Lombardi. Segundo o setor de licitação da prefeitura municipal, essas empresas foram desclassificadas.