sábado, 23 de outubro de 2010

Engenheiros do Hawaii

Repórter do SBT contesta uso indevido de imagens de agressão a Serra

O repórter do SBT Marco Alvarenga criticou o uso das imagens de uma agressão ao presidenciável José Serra (PSDB), gravadas pela emissora, na propaganda eleitoral da candidata Dilma Rousseff (PT). O repórter disse que ficou “profundamente transtornado” com o uso de sua voz e reportagem no programa da petista, exibida nesta quinta-feira (21/10).

“Não aceito, por mais insignificante que seja, qualquer associação do meu trabalho a esta disputa subterrânea. Minha voz só a mim pertence”, declarou Alvarenga.

As imagens mostram o momento em que Serra foi atingido na cabeça por um objeto que parece uma bola de papel. O presidenciável disse que se sentiu mal e passou por uma tomografia após o incidente. A reação do candidato foi criticada por petistas, que consideraram a gravidade da agressão uma farsa.

Segundo o jornalista, o SBT já acionou seu departamento jurídico para adotar as medidas necessárias pelo uso indevido das imagens.

O PT ainda não se pronunciou sobre o caso.

Leia a íntegra da nota do repórter Marco Alvarenga:

Colegas do SBT e de profissão

Fiquei profundamente transtornado ao ver e ouvir no programa eleitoral da candidata Dilma Roussef um trecho da reportagem que gravei sobre a agressão sofrida pelo candidato José Serra no Rio.

Em toda minha carreira profissional, NUNCA participei direta ou indiretamente de qualquer campanha eleitoral. JAMAIS servi a candidaturas, e desejo continuar assim. Não aceito, por mais insignificante que seja, qualquer associação do meu trabalho a esta disputa subterrânea. Minha voz só a mim pertence.

Em nenhum momento na matéria afirmo que o objeto que aparece nas imagens foi o único a atingir José Serra durante a confusão, muito menos ter sido o causador da dor manifestada pelo candidato. Perguntei a 2 assessores do PSDB se haviam visto o quê atingira Serra. Eles responderam negativamente.Tentei, por meio de assessoria, ouvir o candidado. Ele preferiu falar apenas à TV Globo.

Fui informado de que a direção de jornalismo do SBT não autorizou a veiculação e , prontamente, acionou o departamento jurídico para adotar as providências necessárias. Isto me alivia. Fosse outra a postura, não me sentiria mais em condições de continuar nesta casa.

Marco Alvarenga

Izabela Vasconcelos (Comunique-se)



sexta-feira, 22 de outubro de 2010

"a senhora (Dilma) Rousseff não é Lula. Ela não tem os seus extraordinários dons políticos e talvez nem seu pragmatismo inato".

Em edição publicada nesta quinta-feira, a revista britânica "The Economist" afirma que, após passar os últimos oito anos sob uma gestão petista, o Brasil "se beneficiaria de uma mudança no topo", dizendo que o PT dá sinais de "ter ficado muito confortável no poder".

A revista enumera outros motivos pelos quais o eleitor brasileiro deveria optar pelo candidato José Serra (PSDB), no segundo turno da eleição presidencial: "a senhora (Dilma) Rousseff não é Lula. Ela não tem os seus extraordinários dons políticos e talvez nem seu pragmatismo inato".

Também diz que Serra, "embora fraco na campanha, foi um eficiente ministro, prefeito e governador".

Embora afirme em outro texto que uma virada de Serra a esta altura seria equivalente a "dar um cavalo-de-pau num caminhão de dez toneladas". "The Economist" diz que o "Brasil agora tem uma opção".

Segundo a publicação, tanto Dilma quanto Serra podem ser descritos como social-democratas, e "ambos concordam em questões gerais sobre políticas econômicas e sociais". Mas a revista diz que, "nas questões em que eles discordam, Serra é o mais persuasivo".

"Serra também tem os seus defeitos, notadamente uma preocupante tendência em tentar 'microgerenciar' tudo", pondera a "The Economist". Mesmo assim, diz que "seu histórico indica que seria mais ágil em cortar gastos excessivos e eliminar o déficit fiscal", ao passo que Dilma "atacaria essas distorções mais gradualmente, se o fizer".

"The Economist" afirma que houve um "inexorável aumento nos gastos públicos" na gestão Lula e diz que, apesar de suas conquistas na luta contra a pobreza, o presidente "deixa um país onde um em cada dois lares não tem esgoto e os padrões educacionais permanecem deploráveis".

Fonte: A Folha de São Paulo