quinta-feira, 22 de abril de 2010

'Peixe mais feio do mundo' corre risco de extinção, diz jornal




O melancólico ‘Psychrolutes marcidus’ habita águas profundas.
Pesca de arrasto na Austrália e Nova Zelândia está dizimando espécie.


Sem nenhum motivo para sorrir: 'Psychrolutes marcidus' tem corpo gelatinoso e não é comestível, mas está sendo capturado junto com camarões e lagostas nas águas profundas entre Austrália e Nova Zelândia (Foto: reprodução)

O peixe da espécie Psychrolutes marcidus, conhecido por blobfish e por uma cara que dá pena, está em risco de extinção. A informação está no site do jornal britânico "Daily Mail". O hábitat da criatura é a costa sudeste da Austrália, em águas profundas. A risco de extinção vem do excesso de pesca por traineiras, barcos de pesca que fazem uso de redes de arrastão para amealhar suas vítimas.

O inchado habitante das profundezas, diz reportagem do site MailOnline, pode chegar a cerca de 30,5 centímetros e vive a 800 metros de profundidade, então é visto muito raramente (felizmente). Mas está sendo levado pelas redes com as espécies que são preciosas à atividade pesqueira. Ele mesmo não é para se comer, logo não interessa, mas deu o azar de viver nas mesmas paragens de outros seres oceânicos mais apetitosos, entre os quais camarões e lagostas.

Callum Roberts, especialista nas profundezas do mar da Universidade de York, explica que o P. marcidus tem todas as razões do mundo para ser um bicho taciturno, com um jeitão miserável. “São muito vulneráveis a ser arrastados pelas redes e, pelo que sabemos, seu hábitat é restrito a essas áreas”, explica Roberts, autor do livro “The Unnatural History of the Sea” (A História não natural do Mar).
Tecidos do blobfish são gelatinosos, com densidade um pouco inferior à da água

“As frotas de traineiras de águas profundas da Austrália e da Nova Zelândia são umas das mais ativas do mundo, então se você é um peixe desses, ali não é um bom lugar para viver.” A pescaria com redes de arrastão é uma das formas mais predatórias da atividade.

Os tecidos do blobfish são gelatinosos, com densidade um pouco inferior à da água, o que permite que flutue. Quase não tem músculos, mas ainda assim se vira muito bem: vai engolindo detritos que aparecem na frente dele.

Dias melhores

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Baixaria no Paraná

MPF investiga agressão de apresentador da TV Vila Velha a estudante

O Ministério Público Federal em Ponta Grossa (PR) instaurou procedimento administrativo para apurar abuso no exercício da liberdade de radiodifusão por conta da conduta do apresentador José Carlos Stachowiak, o “repórter Zeca”, do programa RP2, da TV Vila Velha, de Ponta Grossa. O motivo foram as agressões a Lucas Nobuo Waricoda, estudante de Jornalismo da UEPG que publicara na internet um texto crítico ao programa.

O procedimento foi motivado por uma representação da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados, por meio da Coordenação da Campanha Quem Financia a Baixaria é contra a Cidadania, contendo diversas manifestações referentes ao programa. Também foram consideradas as notas de solidariedade e repúdio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, da Sociedade Direitos Humanos para a Paz – DHPAZ e do Grupo Tortura Nunca Mais do Paraná. Os delitos de injúria e ameaça podem configurar infração a normas de prestação do serviço público federal de radiodifusão.

No programa RP2 do dia 31 de março, Zeca ameaçou várias vezes o estudante e agrediu sua honra e a de sua família. Isto porque Lucas publicou no blog Crítica de Ponta uma crítica ao programa como “um dos exemplos do que há de mais sensacionalista na mídia dos Campos Gerais”.

Assista o vídeo



Como medida inicial, o MPF solicitou à direção da TV Vila Velha cópia da íntegra do Programa RP2 do dia 31 de março, além de informações sobre providências adotadas em relação ao caso. O Sindicato dos Jornalistas do Paraná também cobrou da emissora a forma como vem sendo tratado o caso, bem como a não observância de itens da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria.

terça-feira, 20 de abril de 2010

MPF quer recuperação de mangue aterrado pela H. Carlos Schneider



Após 21 anos, transitou em julgado decisão que determina remoção de aterro e de edificações, bem como o reflorestamento da área

O Ministério Público Federal em Joinville requereu à Justiça o cumprimento da sentença dada em ação civil pública contra H. Carlos Schneider S/A e S.E.R. Parafuso, que determinou a remoção de um aterro efetuado sobre área de mangue com quase 80 mil m², bem como de eventuais edificações que existam na área. Os réus deverão também efetuar um reflorestamento característico de manguezal no terreno.

Após ter tramitado por 21 anos, a ação chegou ao trânsito em julgado (a fase do processo onde não há mais a possibilidade de recurso) no último dia 19 de fevereiro, confirmando a sentença da Justiça Federal de Joinville.

Conforme a ação do MPF, a S.E.R. Parafuso, entidade classista que congrega os empregados do grupo CISER, solicitou parecer da Fundação do Meio Ambiente de SC (FATMA) para executar obras sobre o terreno de propriedade de H. Carlos Schneider S/A, que fica defronte aos rios Cachoeira e Itaum.

A FATMA, após constatado que a área destinada à implantação da Associação Atlética CISER estava assentada em mangue e que, mesmo se tratando de área de preservação, havia sido feito um aterro com argila sobre o manguezal, negou o pedido de construção da S.E.R. Parafuso. Além do aterro, verificou-se que estavam sendo abertas valas para a colocação de tubos destinados à drenagem do terreno.

O procurador da República Mário Sérgio Barbosa requereu o imediato e integral cumprimento da sentença, que havia estabelecido prazo de 30 dias para que os réus apresentassem projeto de recuperação da área degradada e mais 30 dias, a partir da aprovação do projeto pelos órgãos ambientais, para iniciar a sua execução.

Nota do deputado Kennedy Nunes

Um ano depois, por motivos eleitoreiros.


Há um ano, o então Secretário de Infraestrutura Urbana, Nelson Trigo entregava ao Prefeito Carlito Merss sua carta de demissão. O motivo? Mesmo depois da análise criteriosa feita pelo professor, o prefeito Carlito Merss mantinha o aumento da passagem de ônibus.

Trigo apontara em memorando do dia 11 de maio de 2009, dois dias antes de sua demissão, uma série de falhas nas planilhas das empresas Gidion e Transtusa e orientava o prefeito a não conceder o aumento, sem que se fizesse uma fiscalização rigorosa. Dizia ele: “Não podemos de forma alguma concordar com esta prática de pouca fiscalização, de aceitar, pura e simplesmente, o que as empresas nos informam. Precisamos mudar os procedimentos, fiscalizar e controlar efetivamente. Temos a obrigação de fazer diferente, de romper com este modelo que vinha sendo adotado”.

A demissão de Trigo foi um grito à sociedade: “Estão fazendo a coisa errada e não podemos mais concordar!”.

Exatamente 11 meses e uma semana depois, Carlito envia nota à imprensa dizendo que este ano não concederá aumento. Na nota oficial, a prefeitura diz que “considerando o compromisso com o controle social e a transparência das planilhas de custos do sistema de transporte público; irá “contratar consultoria especializada para a formatação da planilha de custos, com base na transitoriedade do atual sistema até a conclusão do processo licitatório”.

Mas o que aconteceu para que a postura do prefeito mudasse? Se ele foi avisado há um ano que era necessária a formatação de uma nova planilha e melhor fiscalização? Será ele tão lerdo que só agora entendeu o teor da carta de Trigo? Não! Carlito não é bobo, houve em sua decisão uma única motivação: a política. Ele usou a questão técnica, da necessidade de formatar uma nova planilha, para tomar uma decisão política, ou devo dizer politiqueira?

Veja que na quinta-feira passada, em entrevista, ele dizia que pensava num aumento para no máximo R$ 2,55; porém, quatro dias depois, logo após o resultado da pesquisa do Datafolha que mostra Dilma, 20 pontos percentuais atrás de Serra na Região Sul, ele decide cancelar o aumento. Lembremos que Carlito está a frente da maior cidade da região governada pelo PT (Curitiba é administrada pelo PSDB e Porto Alegre pelo PMDB

E ele está bem tranquilo para fazer essa jogada política, afinal, em maio do ano passado, o aumento concedido por Carlito foi acima da inflação; de lá pra cá, o diesel teve decréscimo de 10% na bomba; a gratuidade para usuários entre 60 e 64 anos foi cancelada; e o percentual de aumento do salário dos motoristas, termo assinado pela Gidion e Transtusa, não foi respeitado.

Continuo defendendo minhas posições, as mesmas de quando fiz acordo com o candidato Carlito Merss, no segundo turno das eleições. Precisamos subisidiar com dinheiro público as gratuidades do sistema para reduzir o valor da passagem e fiscalizar os números apresentados pelas empresas permissionárias. Este anuncio da prefeitura é apenas um jogo de cena.

Para finalizar, o prefeito Carlito Merss fixa o aumento para janeiro de 2011. É ou não uma atitude eleitoreira? Abram os olhos, eleitores, e não esqueçam: a memória é uma arma.


Deputado Kennedy Nunes