segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Sugestão de leitura













Acrise política iniciada em maio de 2005 pelas gravíssimas denúncias do então deputado Roberto Jefferson - cujos desdobramentos estão longe de chegar ao fim - teve ingredientes inéditos. Primeiro, o ataque não veio da oposição, mas do presidente do PTB, partido da base aliada. Segundo, as dimensões da corrupção e as cifras envolvidas eram tão gigantescas que nos meses seguintes a crise ganhou vida própria, apesar dos desesperados esforços do governo para contê-la. Terceiro e mais importante: resistindo a todas as pressões, a todas as tentativas de acomodação e intimidação - que chegaram a envolver sua família, o denunciante manteve até o fim a decisão de tirar o véu que por anos encobrira tantos conchavos e falcatruas.
Roberto Jefferson rompeu não apenas com o governo Lula mas com toda uma tradição política brasileira. Em vez de conciliar, partiu para o ataque. O preço pago foi o suicídio político: desde o início ele sabia que perderia o mandato. A revelação da existência do Mensalão atingiu no peito o governo Lula e o PT. O escândalo gerou três CPIs e afastou do poder os principais nomes do partido, como o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e os dirigentes José Genoíno, Delúbio Soares e Sílvio Pereira, e chegou a ameaçar de impeachment o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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