quarta-feira, 10 de junho de 2009

Vale a pena ler de novo

Sobre o jornalismo latrinário

Dizem que o ignorante a todos repreendee fala mais do que menos entende.
Um dia destes fui "homenageado" num programa de televisão de Joinville e acho que devo me manifestar. Um tal de Beto Gebaili decidiu me insultar por causa de uma crônica publicada aqui em A Notícia (5/3/2006). Acho que ele não leu o texto. Os personagens da crônica eram Moe, Larry e Curly (uma homenagem aos "Três Patetas") num programa de televisão. Se o nome de Beto Gebaili não era citado, por que acha que eu estava a falar dele?


Será que assume a autoria daquelas obtusidades?
Então vamos dar nomes aos bois.


O que dizer do tal programa (vi apenas um e bastou)? Não há muito a avaliar do ponto de vista jornalístico. Porque não se respeitam as mais elementares regras do jornalismo e menos ainda qualquer código deontológico (palavra que o tal senhor deve conhecer). Poderia abordar a questão a partir daquilo que o mestre Cláudio Abramo chamou "jornalismo latrinário". Mas é difícil. É muita latrina e pouco jornalismo.


Aliás, se fosse na Europa ou em qualquer lugar civilizado, esse programa já tinha sido tirado do ar. Explico: existe uma entidade chamada Alta Autoridade para a Comunicação Social, que se encarrega de remover esse tipo de lixo. Esse é um daqueles programas que só podem sobreviver em ambientes paroquiais, na província. Mas que vão acabar. A evolução da sociedade - e do próprio jornalismo - se encarregará de erradicar essas excrescências da comunicação social.


O que resta, então? Um energúmeno a fazer acusações pessoais.

Beto Gebaili diz que sou um pé-de-chinelo de Florianópolis. Errou. Sou um pé-de-chinelo de Lisboa. Mas um pé-de-chinelo com algumas manias. Uma delas é ir passar as férias em Joinville todos os anos (às minhas custas, porque nunca integrei comitivas de prefeitos ou governadores). A cada ano que volto vejo que a cidade está a evoluir. Sei que essa evolução também vai chegar a certos setores da comunicação social que vivem na iliteracia.


Beto Gebaili diz também que eu preciso aprender o português. Tem razão. E é por isso que moro em Portugal. Mas é estranho. Aqui também ganho a vida com a escrita e nenhum português jamais questionou a minha forma de escrever. Aliás, até já me deram alguns prêmios
.

Diz ainda que sou um asno. É uma opinião. Mas a verdadeira asneira é dos patrocinadores do tal programa. Como marketeer recomendo a seus "apoiadores culturais": invistam esse dinheiro em bons produtos de comunicação.
Ah... e antes que Beto Gebaili comece a ter idéias. Sei que já bateu em jornalistas, como fez com o seu colega de rádio Osny Martins. E fez ameaças a Luis Fernando Assunção, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina. Se tiver muita vontade de me espancar e um dia vier a Lisboa, dê uma passadinha na academia onde sou professor de artes marciais. A gente vê o que pode fazer.


E chega de conversa, porque tenho que voltar a minha tese de doutorado. É sobre jornalismo. Talvez use como referência uma monografia chamada "Anatomia de um Picareta", feita há alguns anos por um estudante universitário da Univali cujo principal personagem é Beto Gebaili. Ainda não li, mas promete ser reveladora.


José António Baço Jornalista, publicitário e instrutor de tae kwon do, pós-graduado em comunicação e marketing (INP-Lisboa), especialista em pensamento contemporâneo (PUC-PR), mestre em cultura e comunicação (UCP-Lisboa) e doutorando em ciências da comunicação (UNL-Lisboa)

Nenhum comentário: