quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Governo promete negociação, mas não apresenta proposta concreta. Mobilização continua

A Aprasc retomou sua mobilização no dia 7 de janeiro, data apresentada pelo governo para voltar a negociar com os representantes dos servidores da segurança pública, a fim de exigir do governo do Estado o cumprimento da Lei 254. O protesto começou com uma concentração, às 14 horas, na Praça Tancredo Neves, que reuniu cerca de 150 pessoas de várias regiões e da Grande Florianópolis. Em seguida, às 16h30min, os praças e familiares fizeram um protesto em frente ao Centro Administrativo, sede do Executivo. A vigília cívica dos praças, esposas e familiares foi inaugurada e vai ficar em funcionamento por tempo indeterminado.

O protesto terminou com o ato ecumênico realizado em frente ao Quartel do Comando da Polícia Militar, ministrado por representante católico e evangélico. O soldado Leonel José Pereira, instrutor do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) e vereador de Palhoça, conduziu o ato religioso. Leonel também é diácono e ministro da palavra e eucaristia. O pastor Isaac Cunha, da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, também participou do ato.

Durante todo o dia, a cúpula da Secretaria da Segurança Pública ficou reunida e, no final da tarde, apresentou à imprensa, em entrevista coletiva, o resultado da reunião. O Executivo não apresentou proposta referente ao pagamento da Lei 254. Em nota, publicada no site oficial do governo do Estado, informou que “não vai mais negociar com a Aprasc” porque, segundo a Procuradoria Geral do Estado, a entidade “não tem legitimidade enquanto perdurar as ações judiciais”.

O deputado Sargento Amauri Soares, presidente da Aprasc, repudiou a manifestação do governo e defendeu a legitimidade da entidade, que conta com quase 10 mil filiados, sendo a maior entidade representativa do grupo segurança pública, e quatro vezes maior que a segunda colocada. “A Aprasc tem o apoio e a colaboração de mais de 90% dos policiais e bombeiros militares e ainda tem a simpatia dos agentes prisionais e policiais civis”, garantiu. A entidade congrega praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros (soldado, cabo, sargento e subtenente).

Para Soares, o governador está “desequilibrado” e agindo errado com a categoria que o apoiou na primeira e na segunda eleição para o governo. Através da PGE, o governo pediu na Justiça a dissolução da Aprasc e a censura ao site da entidade. O juiz só atendeu ao pedido de suspensão do principal meio de comunicação.

Bope

Desde às 6 horas da manhã, forças especiais ocuparam as entradas do complexo do comando, onde se localiza o Quartel do Comando Geral da PM, o 4º Batalhão e a Diretoria de Apoio Logístico e Financeiro. A expectativa da direção da PM era que houvesse uma nova atividade de paralisação dos quartéis, apesar da Aprasc informar com antecedência que faria apenas vigília e ato ecumênico.

Dois soldados do Batalhão de Operações Especiais (Bope) se rebelaram contra o comando, se negando a participar de qualquer atividade de repressão aos próprios praças e familiares. Eles tiveram que deixar a farda preta para usar o fardamento cáqui, comum às tropas regulares, e foram transferidos para outro setor.


Extremo-oeste

Em São Miguel do Oeste, a vigília começou às 14 horas e contou com a participação de mais 100 pessoas, na esquina das ruas Duque de Caxias e Almirante Tamandaré, no Centro. A imprensa local cobriu o protesto. A mobilização na Capital do Extremo-oeste vai continuar diuturnamente por tempo indeterminado.

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